Título

HERNIA DE MORGAGNI EM NEONATO, UM RELATO DE CASO.

Introdução

As hérnias diafragmáticas podem ser fruto de traumas ou desordens congênitas sendo descritas de acordo com sua localização. A hérnia de Morgagni é uma hérnia diafragmática cuja apresentação ocorre em menos de 2% dos casos congênitos. Este relato busca discutir a técnica e forma de diagnósticar as hérnias congênitas diafragmáticas de modo a comparar com as formas utilizadas neste caso.

Relato de Caso

Paciente masculino, pré-maturo, 26 dias de idade cronológica e 37semanas e 6 dias de idade corrigida.
Puerpera de 21 anos, G1P1N1, refere ter iniciado pré-natal no primeiro trimestre totalizando cinco consultas, em 34° semana de gestação é constada infecção urinária, paciente refere não saber informar tratamento. Com 36 semanas e um dia apresenta ruptura prematura de membranas. Neonato é conduzido para hospital de referência com cinco dias de idade cronológica. Após avaliação é conduzido para internamento em unidade de terapia intensiva, nesta são realizados eletrocardiograma, que mostra comunicação interatrial tipo Ostium Secundum e comunicação interventricular perimembranosa com discreto fluxo; e tomografia computadorizada de tórax, a qual sugere hérnia diafragmática de Morigagni à esquerda. Com 8 dias de vida extrauterina é realizada procedimento cirúrgico de herniorrafia para correção de hérnia diafragmática de Morigagni. Durante internação em UTI, evolui com complicações de atelectasia à direita e bradicardia, necessitando de três ciclos de reanimação cardíaca. Fez uso de antibioticoterapia de amplo espectro e necessitou de hemotransfusão. No 12° dias de pós-operatório com boa evolução é encaminhado para enfermaria e no 18° dia de internação recebe alta hospitalar com melhora do quadro clinico, ferida operatória com boa cicatrização, em alimentação por via oral com boa aceitação. Feito encaminhamento para acompanhamento com cardiopediatra.

Discussão

Hérnias diafragmáticas podem ser fruto de traumas ou desordens congênitas, sendo a segunda pela formação incompleta do diafragma e são descritas quanto a posição, podendo ser posterolaterais (de Bochdaleck), anteriores (de Morgagni) ou centrais. 90% dos casos de hérnias diafragmáticas são encontradas à esquerda. Contudo, para as hérnias anteriores de Morgagni, sendo representada por menos de 2% dos casos, a frequência é maior a direita.As hérnias diafragmáticas afetam 1:2500 nascidos vivos, sendo que de 8 a 10% destes apresentarão a forma de Morgagni, não há prevalência entre os sexos. A identificação dessa hérnia no período gestacional, ao nascimento ou na vida adulta de acordo com a apresentação clínica do paciente.O tratamento é cirúrgico, podendo ser realizado por toracotomia ou laparotomia, sendo observado maior mortalidade no pós operatório pela toracotomia. A taxa de recidiva é maior em neonatos que precisaram do uso de tela. Dentre as complicações precoces estão hemorragia, quilotorax e obstrução intestinal. Já as tardias mais comuns são a obstrução intestinal por aderências e o reaparecimento da hérnia.

Palavras Chave

Hérnia diafragmática; Hérnia Congênita; Hérnia de Morgagni;Cirurgia Pediátrica.