Dados do Trabalho
Título
PROPEDEUTICA EM SINDROME DE MIRIZZI
Introdução
Síndrome de Mirizzi é definida como a impactação de um cálculo na região infundibular da vesícula biliar ou no ducto cístico, causando obstrução do ducto hepático comum. A pressão contínua exercida pelo cálculo impactado resulta em fístula com a via biliar principal, gerando obstrução com consequente estase biliar e icterícia. Sua prevalência é de 0,05% a 2,7% em pacientes com colelitíase acometendo mais o sexo feminino acima da quarta década de vida.
Relato de caso
V.S.O., 43 anos, feminino, com historia de dor em hipocôndrio direito há 3 meses associado a náuseas, vômitos e piora após alimentação gordurosa. Ao exame físico, ictérica e com Murphy positivo. Laboratoriais: leucócitos 12550 u/L neutrófilos 69,4% bastões 2% bilirrubina total 2,1 mg/dL bilirrubina direta 1,3 mg/dL PCR 5 mg/L Gama GT 645 U/L Lipase 3430 U/L
Amilase 4288 U/L fosfatase alcalina 213 U/L INR 1,1 albumina 3,46 g/dL. Ao ultrassom de abdome, vesícula biliar com cálculos, o maior de 2,4 cm, hepatocolédoco de 0,2cm. A Colângioressonância Magnética evidenciou dois
cálculos, um no fundo e outro no infundíbulo medindo 2,7 e 1,7cm respectivamente, com sinais de colecistite aguda, além de afilamento abrupto do hepatocolédoco por compressão extrínseca do cálculo infundibular, compatível com síndrome de Mirizzi tipo I. Foi então realizada colecistectomia videolaparoscópica com posterior alta hospitalar.
Discussão
A síndrome de Mirizzi é um quadro hepático funcional, secundário a uma obstrução do ducto hepático comum por compressão extrínseca de cálculos biliares impactados no ducto cístico ou no infundíbulo da vesícula biliar, provocando icterícia e podendo causar colecistite. Classificadas em lesões do tipo I decorrentes de compressão externa da via biliar principal; tipo II a fístula colecistobiliar erodiu menos do que 1/3 da circunferência do ducto biliar; tipo III a fístula envolveu mais do que 2/3 da circunferência do ducto biliar; tipo IV onde há destruição completa do ducto biliar; e tipo V com formação de uma fístula colecistoentérica além da colecistobiliar. Os sintomas são de colelitíase associado a colestase, emagrecimento e prurido. A investigação inicia- se com a ultrassonografia do abdome mostrando calculo imóvel no infundíbulo da vesícula e dilatação da via biliar. A Colangioressonância é um dos melhores métodos para avaliar vias biliares. A Colangiografia Endoscópica Retrógrada mostrará principalmente a fístula. A colecistectomia videolaparoscópica é o método de escolha em casos de Mirizzi do tipo I. A abordagem da Mirizzi do tipo II consiste em retalho da vesícula biliar ou do ducto cístico para reparar a fístula de via biliar. A hepaticojejunostomia em Y de ROUX é realizada para as do tipo III em diante. Desta forma, concluimos a necessidade de um bom estudo das vias biliares para uma abordagem mais segura.
Palavras Chave
Vias biliares
Sindrome de mirizzi
Calculo no infundibulo
Área
VIAS BILIARES
Instituições
Sociedade portuguesa de beneficencia - hospital imaculada conceicao de ribeirao preto - São Paulo - Brasil
Autores
Leonardo Claudio Orlando, Nathane Silva Mendonça, Regis Rodrigues Balliana, Leopoldo Miziara Souza, Susana Grajalez Gomez, Fernando Von jelita Salina