Dados do Trabalho


Título

HERNIA DE SPIEGEL: RELATO DE CASO

Introdução

Descrita pela primeira vez por Klikosch em 1764 , as hérnias spigelianas são protrusões de um saco peritoneal, órgão ou gordura pré-peritonial por meio de defeito adquirido ou congênito através da fáscia spigeliana, que faz parte da aponeurose do músculo transverso abdominal, localizando-se entre a linha semilunar e a borda lateral do músculo reto, frequentemente acima dos vasos epigástricos inferiores, ao nível da linha arqueada, onde a fáscia encontra-se mais larga e delgada.
A particular fraqueza dessa área representa o elemento patogênico fundamental que torna capaz a passagem do saco herniário pelo defeito aponeurótico. A HS é intersticial em 98% dos casos e segue para baixo e lateralmente, entre as fibras dos músculos oblíquos externo e interno. Geralmente ocorrem em indivíduos do sexo feminino, entre 40 e 70 anos de idade apesar de já ter sido descrito até em lactentes.
Como fatores predisponentes incluem-se obesidade, rápida perda de peso, múltiplas gestações, DPOC, constipação crônica, ascite, traumas e procedimentos cirúrgicos prévios; essas condições não somente determinam aumento da pressão intra-abdominal, mas também causam maior enfraquecimento da parede.

Relato de Caso

Paciente masculino, 59 anos, procura o serviço referindo dor abdominal em região de andar superior do abdômen á 2 meses, associado a náuseas, inapetência e vômitos nas ultimas semanas. Queixa-se também de falta de ar e cansaço aos esforços. Hábitos intestinais preservados. No exame físico da região abdominal encontra-se abdômen globoso, distendido, pouco doloroso a palpação profunda de flanco direito, DB negativo e ruídos hidroaéreos presentes e hipertimpanismo a percussão. Paciente com história previa de abordagem cirúrgica em região por lesão de retossigmoide em agosto de 2015. Exame complementar de imagem acusa presença de saco herniário com conteúdo de alça intestinal, com sinais de complicação. Sendo a conduta internação para cirurgia de urgência.

Discussão

O quadro clínico da HS desde assintomático até casos graves de encarceramento e estrangulamento intestinal. Em geral predominam queixas de dor abdominais inespecifícas de intensidade variável e que aumenta aos esforços e sensação de massa abdominal. A ausência de sintomas típicos e a falta da experiência médica com esse tipo de hérnia podem dificultar o diagnóstico precoce.O diagnostico de HS tem crescido nos últimos anos, grande parte devido aos avanços tecnológicos como o uso de USG, tomografia computadorizada e ressonância magnética de abdômen. Como cerca de 20% das hérnias de Spiegel evoluem com estrangulamento devido ao pequeno diâmetro do anel herniário, opta-se pelo tratamento cirúrgico. Não havendo consenso sobre a superioridade da abordagem laparoscópica sob a cirurgia aberta. A colocação de tela vem sendo recomendada em casos em que os defeitos são grandes na parede abdominal ou quando esta parede está frágil.

Palavras Chave

Hérnia de Spiegel; hernia; cirurgia; herniorrafia

Área

HÉRNIAS E PAREDE ABDOMINAL

Instituições

Hospital Dr Carminio Caricchio - São Paulo - Brasil

Autores

Hisashi Aoyagi, Juana Portales Marcos, Bianca Damasceno Gonçalves, Norah Valeria, Vivianne Caixeta Monteiro, Vanessa Tiemi Comosako