Dados do Trabalho


Título

ELABORAÇAO DE PROTOCOLO DE FIXAÇAO DE ARCOS COSTAIS EM UM CENTRO DE TRAUMA UNIVERSITARIO

Objetivo

Demonstrar a construção do protocolo de fixação de arcos costais associados ao trauma torácico em um centro de trauma universitário.

Método

Revisão da literatura quanto ao trauma torácico com fraturas de arcos costais e suas formas de tratamento, não operatória e cirúrgica, bem como critérios de seleção, analgesia, custos e desfecho.

Resultados

Após atendimento inicial, com diagnóstico confirmado de fraturas de arcos costais por métodos de imagem, o doente é avaliado em relação a: mecanismo de trauma, controle álgico, saturação, comorbidades e medicamentos em uso, número de fraturas e suas localizações bem como a presença de hemo/pneumotórax.
Em seguida, o doente é classificado em dois grupos: 1) aqueles com condição de alta sem avaliação especializada, caracterizados por 2 ou menos fraturas unilaterais, ausência de hemo/pneumotórax, não anticoagulados e com bom controle álgico, e sem lesões associadas. Estes são liberados com analgesia e orientações de sinais de alarme. 2) doentes com critérios de internação hospitalar, seguidos pela cirurgia do trauma.
Após realização de espirometria na admissão, são classificados em 3 níveis de complexidade:
- Enfermaria: < 64 anos, < 6 fraturas, CVF>1500ml
Realiza-se fisioterapia motora e respiratória, verificado sinais vitais 6/6h, oxigenioterapia para sato2>90%, analgesia conforme protocolo de instituição.
- Semi-intensivo: CVF entre 1000-1500ml, > 65 anos com CVF>1500
Além dos cuidados da enfermaria, monitorização contínua e avaliação de analgesia invasiva (bloqueios, cateteres).
- CTI: CVF < 1000ml, tórax instável, > 65 anos com 4 ou mais fraturas de costelas.
Além dos cuidados do semi-intensivo, ventilação não-invasiva ou invasiva conforme necessidade e uso de broncodilatadores de horário.
Após a Internação, existe indicação cirúrgica precocemente (<72h) nos seguintes casos:
Tórax instável com falha de desmame de ventilação mecânica, movimento ventilatório paradoxal, ausência de contusão pulmonar grave e ausência de TCE moderado ou grave.
Falha no controle álgico mesmo com analgesia invasiva em fraturas com desvio de cortical.
Deformidade de parede torácica com colapso estrutural da parede e perda do volume torácico ou desvio grave de múltiplas fraturas ou defeitos no tecido que podem resultar em deformidade permanente ou hérnia pulmonar.
Toracotomia por outras indicações com fraturas desalinhadas impedindo a expansão pulmonar ou costelas empaladas no parênquima pulmonar em doentes que tenham expectativa de sobrevivência

Indica-se o tratamento cirúrgico de forma eletiva (>72h) nos casos de: doentes com sinais de não consolidação das costelas visualizado em tomografia 2 meses após o trauma, e em doentes com dor ventilatório dependente refratária.

Conclusões

A elaboração de um protocolo traz como benefícios a padronização de condutas, assim como a agilidade no atendimento, redução de custos, efeitos adversos e melhor desfecho para o doente.

Palavras Chave

TRAUMA, FRATURA ARCOS COSTAIS, FIXAÇÃO DE COSTELAS, PROTOCOLO, CENTRO DE TRAUMA UNIVERSITÁRIO

Área

TRAUMA

Instituições

HC-FMRP-USP - São Paulo - Brasil

Autores

JOSÉ AUGUSTO PEZATI TENANI, RAFAEL BORELLA PELOSI, JULIANA HERNANDES SERIBELI, MAURICIO GODINHO, RAFAEL DEL CIAMPO SILVA, GUILHERME SERONNI, LUIS DONIZETI STRACIERI