Dados do Trabalho


Título

NEOPLASIA MALIGNA DE PANCREAS: TAXA DE MORTALIDADE E PERFIL EPIDEMIOLOGICO EM SAO PAULO ENTRE 2010 E 2019

Objetivo

O presente estudo tem como objetivo avaliar o perfil epidemiológico e a taxa de mortalidade específica da neoplasia maligna de pâncreas no estado de São Paulo, estratificando por faixa etária (FE) e Sexo entre janeiro de 2010 a dezembro de 2019.

Método

Trata-se de um estudo epidemiológico transversal de séries temporais da taxa de mortalidade (TM) por neoplasia de pâncreas, no período entre Jan/2010 a Dez/2019 em São Paulo. Para isso foram utilizados dados da Rede Interagencial de Informações para Saúde (RIPSA) e do DATASUS. Calculou-se a TM utilizando a razão entre número de óbitos e a população residente e depois multiplicando por 100.000. Foram estratificadas por sexo e 4 Faixas Etárias (FE), até 19 anos, 20 a 39 anos, 40 a 59 anos e 60 anos ou mais. Para a análise das tendências da taxa de mortalidade foi utilizado o método de Prais-Winsten.

Resultados

Foram analisados 6347 óbitos dessa causa no período, sendo 3230 referentes ao sexo masculino e 3144 ao sexo feminino. A FE com maior números de óbitos foi a de 60 anos ou mais, com 4572 óbitos, e a FE com menor número foi a de até 19 anos, com 7 óbitos. As TM médias por sexo são bem parecidas, tendo o sexo masculino uma taxa média de 1,47 óbitos/100.000 habitantes e o sexo feminino uma taxa média de 1,39 óbitos/100.000 habitantes. A FE com maior taxa de mortalidade foi a de 60 anos ou mais com taxa média de 7,89 óbitos/100.000 habitantes. A tendência da TM geral por essa neoplasia foi crescente no período (b=+0,028;p<0,05). A tendência das taxas de mortalidade do sexo masculino (b=+0,026p<0,05) e feminino (b=+0,029;p<0,05) foram crescentes. Em relação às FE, todas tiveram tendência crescente, (b>0 e p-valor<0,05), exceto as FE de até 19 anos(b=-0,011;p>0,05) e de 20 a 39 anos(b=-0,002;p>0,05) que foram estacionárias.

Conclusões

O estudo evidenciou aumento do número de óbitos em idades mais avançadas, compatíveis com a maior incidência dessa neoplasia em idades avançadas e a presença de comorbidades, sobretudo metabólicas como obesidade e diabetes, nesse grupo de pacientes, além da própria idade que é um fator de risco. As taxas de mortalidade baixas e com tendência estacionária nas FE até 39 anos é condizente com a baixa prevalência em jovens dessa neoplasia, enquanto que as taxas de mortalidade maiores e com tendência crescente , tanto na população total como na FE de 40 anos ou mais, indicam um aumento da prevalência dessa neoplasia , que pode ser decorrente de um aumento da prevalência dos fatores de risco citados e ainda a falta de avanços nos meios de tratamento que diminuam a alta letalidade dessa doença. Novos estudos podem ser feitos a fim de avaliar essas associações.

Palavras Chave

Neoplasia, Pâncreas, Mortalidade, Epidemiologia, São Paulo.

Área

PÂNCREAS

Instituições

Universidade Federal de Goiás - Goiás - Brasil

Autores

Danilo Oliveira Amaral, Jonatan Eduardo Silva, Lenise Moreira da Silva, Rafael Ferreira Martins, Gabriela Avelino Chaveiro, Giovanna Veríssimo Brandizzi, Natália Vargas do Nascimento, Kalley Santos Cavalcante