Dados do Trabalho


Título

APENDICECTOMIAS NO SUS: HOUVE REDUÇAO DIANTE DA COVID-19?

Objetivo

Frente à pandemia de COVID-19, que chegou ao Brasil em março de 2020, muitos indivíduos, com medo da exposição ao vírus, começaram a evitar ao máximo idas a hospitais, o que pode ter gerado um subdiagnóstico de apendicite. É nesse contexto que surge o interesse do presente estudo: comparar estatisticamente o número de apendicectomias (tanto tradicionais quanto videolaparoscópicas) realizadas pelo SUS em 2020 (a partir de março) em relação ao mesmo período dos cinco anos anteriores, para analisar se a pandemia gerou significativa redução nesses procedimentos.

Método

As informações numéricas sobre apendicectomias no SUS para o período de março a maio dos anos 2015 a 2020 foram obtidas através da base de dados TABNET do Sistema de Informações Hospitalares do SUS / Ministério da Saúde. Após compilação dos dados, realizou-se uma análise quantitativa das informações, a partir da média dos períodos anteriores.

Resultados

O número de apendicectomias no SUS entre março e maio de 2020 foi de 26.057, uma queda de 10,49% em relação à média dos cinco anos anteriores no mesmo período, que foi de 29.110,2 procedimentos, o que representou uma redução com significância estatística (p<0,05). No ano de 2015, esse número havia sido de 28.332; em 2016, de 28.059; em 2017, de 28.629; em 2018, de 29.512; e em 2019, de 31.019. A região que apresentou maior queda em 2020, em relação à média dos 5 anos anteriores, foi a região norte (-23,46%), enquanto a região centro-oeste foi a única que, curiosamente, teve um aumento no número de apendicectomias (+6,71%). A região nordeste apresentou redução de 10,61% no número de apendicectomias; a região sudeste, de 12,64%; e a região sul, de 7,43%.

Conclusões

A queda registrada no número de apendicectomias no SUS em quatro das cinco regiões brasileiras, de março a maio de 2020, em relação à média dos cinco anos anteriores no mesmo período, teve significância estatística (p<0,05). As consequências dessa redução devido à pandemia de COVID-19 são em diversos níveis, indo desde a agudização de apendicite em um grande número de pacientes devido a um provável subdiagnóstico dessa doença, até mesmo o déficit na formação de novos cirurgiões nas residências devido ao baixo volume de procedimentos.

Palavras Chave

apendicectomia, SUS, covid-19, redução

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

UFCSPA - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Thiago Menezes Cezar, Sarah Bueno Motter, Amanda Vieira Alves, Rodolfo Rodrigues de Jesus, Izadora Bouzeid Estacia da Silveira, Júlia Iaroseski, Joana Letícia Spadoa, Ana Luiza Kolling Konopka