Título

ALTERNATIVA DE BAIXO CUSTO PARA TRATAMENTO DE FASCIITE NECROTIZANTE

Introdução

A fasciíte necrotizante é uma infecção incomum, com elevada gravidade, de progressão rápida com letalidade que pode ultrapassar 45% na presença de fatores de risco. É caracterizada por ampla área de necrose e celulite das fáscias superficial e profunda e do tecido subcutâneo, com envolvimento secundário da pele, podendo atingir a musculatura e o peritônio. Além disso, a infecção dissemina-se para a fáscia profunda e ao longo de planos da fáscia através de canais venosos e linfáticos. O trauma, a infecção, o Diabetes Mellitus e operações prévias são consideradas fatores de risco.Como tratamento, preconiza-se a exploração cirúrgica emergencial até a fáscia profunda e o músculo, sendo que a remoção do tecido necrótico é de fundamental importância. Concomitante ao tratamento cirúrgico, a antibioticoterapia deve ser rigorosa e medidas coadjuvantes de tratamento.

Relato de Caso

W.S.S, 39 anos, sexo masculino, vítima de acidente motociclístico, realizou o primeiro atendimento em serviço externo e após 12 dias do trauma com queixa de dor, aumento de volume em perna direita e saída contínua de secreção fétida pela ferida.
Ao exame físico, apresentava extensa área de necrose e odor fétido em coxa direita e glúteo direito, sendo diagnosticado com Fasciíte necrotizante. Imediatamente foi submetido à desbridamento extenso e com drenagem de 1600mL de secreção purulenta.
Deu seguimento ao tratamento com Antibioticoterapia e para o cuidado da ferida operatória utilizou-se esponja estéril de degermação, além de sucções intermitentes e cobertura com várias proteções, entre elas, uso diário de aquacel e alginato.
Evoluiu com melhora significativa do quadro clínico, enquanto aguardava cirurgia reconstrutora.

Discussão

A terapêutica mais utilizada é a cobertura da ferida com gaze úmida. Recentemente, tem-se preconizado o uso do curativo a vácuo para o manejo da ferida na Fasciíte necrotizante em períneo e membros inferiores. Já existem estudos que sugerem que o curativo a vácuo acelera e potencializa a cicatrização da ferida, visto que favorece a remoção de exsudato e a estabilização do meio. Entretanto, essa terapêutica apresenta um custo aproximadamente sete vezes maior do que o usual, gerando um elevado encargo hospitalar.
No paciente em questão foram utilizados sucções intermitentes dos locais secretivos, limpeza rigorosa com esponja estéril de degermação e colocação de curativo de aquacel, que é super absorvente e capaz de capturar os micro-organismos presentes no leito da ferida, formando um gel macio e coeso que se adapta ao leito da ferida, mantendo um ambiente úmido que auxilia o desbridamento autolítico. Esse método associado com alginato de cálcio auxilia no desbridamento e tem alta capacidade de absorção formando um gel que mantém o meio úmido e induz a hemostasia.

Palavras Chave

fasciite, necrose, curativo