Dados do Trabalho


Título

FISTULA AORTOBRONQUICA EM PACIENTE COM ANEURISMA DE AORTA: RELATO DE CASO

Introdução


O aneurisma de aorta descendente consiste em uma patologia de incidência razoavelmente elevada dentro da população brasileira. O seu tratamento, seja ele endovascular ou aberto, apresenta resolução significativa dos casos. A apresentação de fístulas entre o aneurisma de aorta e o parênquima pulmonar ou cavidade pleural é uma cenário raro e com evoluções desfavoráveis em grande porcentagem dos casos.
O objetivo deste estudo foi relatar e discutir a experiência clínica de uma complicação rara de uma doença comum, com evolução atípica e que pode evoluir com complicações graves quando não instituído tratamento adequado.

Relato de Caso

Paciente sexo feminino, 52 anos, em 2012 deu entrada no setor de emergência com quadro de dor torácica de início súbito. Durante a investigação, foi diagnosticada com aneurisma dissecante de aorta descendente, sendo submetida a tratamento endovascular com endoprótese. Evoluiu nos pós operatório imediato sem intercorrências. Após 6 meses, apresentou dor torácica e febre e foi diagnosticada com infecção da endoprotese, sendo submetida a tratamento com antibióticos com controle do quadro. Em 2015, evoluiu com episódios de hemoptise em pequeno volume e autolimitados, com exames diagnósticos de arteriografia e broncoscopia normais. Durante 3 anos do primeiro a paciente apresentou recorrência dos episódios de hemoptise, sendo todos autolimitados e sem repercussão clínica. Em 2018, a paciente apresentou novos episódios de hemoptise mais volumosos. A broncoscopia identificou presença de sangramento em brônquio do lobo inferior esquerdo. A angiotomografia revelou alterações que sugeriam a presença de fístula entre brônquio segmentar do lobo inferior esquerdo e a falsa luz do aneurisma tratado, sem evidência de endoleak. A paciente foi submetida colocação de nova endoprótese arterial e submetida a toracotomia exploradora. Na cirurgia foi identifica aderência do seguimento superior do lobo inferior esquerdo a aorta descendente e realizada uma ressecção pulmonar com segmentectomia regrada do segmento VI e debridamento dos tecidos periaórticos. Após o procedimento, a paciente evoluiu sem intercorrências ou sem novos episódios de hemoptise.

Discussão

O diagnóstico da fistula aortobrônquica representa um desafio, principalmente em casos de evolução lenta e com sintomas pouco frequentes. A soma de fatores encontrados na história clinica associado a comprovação encontradas em exames de imagem levaram ao diagnostico correto. A abordagem cirúrgica endovascular associada a ressecção pulmonar consistem em um tratamento possível, seguro e eficaz para essa condição rara e potencialmente grave apresentada pela paciente.

Palavras Chave

Aneurisma de aorta descendente
Hemoptise
Fístula aortobrônquica
Endoprótese de aorta

Área

TÓRAX

Instituições

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

IGOR EDUARDO CAETANO FARIAS, TATINA KATO, VICENTE DORGAN, MARCIO BOTTER, ROBERTO SAAD JUNIOR, RODRIGO SAKAE, ALDO PARODI, PAULO FABRICIO STANKE