Dados do Trabalho


Título

ENXERTO DE PELE TOTAL DA FRONTE COM PRESENÇA DE TECIDO CELULAR SUBCUTANEO PARA RECONSTRUÇAO DE LOBO DE ASA NASAL: UMA OPÇAO PARA LESOES MENORES QUE 1 CM – RELATO DE CASO

Introdução

A complexa e delicada anatomia do nariz, em conjunto com a importância estética e funcional, faz com que qualquer procedimento médico nessa região seja um desafio ao cirurgião plástico. A incidência de câncer de pele do tipo não melanoma é o mais frequente e corresponde a mais de 30% de todos os tumores malignos no Brasil. O carcinoma basocelular surge nas células da camada basal da pele, pela exposição ao sol intensa, sendo mais frequentes em áreas expostas e seu tratamento é a retirada da lesão com diagnostico de margem livres profundas e laterais com reconstrução do local. Dependendo da localização anatômica da lesão, são evidenciadas diversas opções para correção desses defeitos cutâneos, por isso, vamos aqui discutir a nossa experiência

Relato de Caso

Paciente R.F., sexo feminino, procedente de Porto Alegre-RS. No dia 24/10/2019 vem a consulta com Cirurgião Plástico, encaminhada pelo Dermatologista, para avaliação de lesão cutânea em região de asa nasal direita, com diagnóstico realizado por biopsia incisional prévia de Carcinoma Basocelular Nodular. Após concluída anamnese e exame físico, foi indicado tratamento cirúrgico sendo realizada ressecção da lesão nasal com margens oncológicas de 4 mm com envio da peça cirúrgica a exame anatomopatológico (AP). Após confirmação de laudo AP de Carcinoma Basocelular Nodular com margens cirúrgicas livres de neoplasia, optou-se por realizar a reconstrução do lobo da asa nasal direita com uso de enxerto cutâneo de espessura total proveniente da região frontal adjacente a linha capilar, com mesmas dimensões da lesão, e presença de tecido subcutâneo anexo ao enxerto, que foi completamente conservado, não sendo realizada manobra de desengorduramento do enxerto. O mesmo foi posicionado sobre área cruenta, com pontos separados de Mono-Nylon 6.0 sendo realizado curativo de Brown que foi mantido por 7 dias. Após este período, foi realizada retirada de curativo de Brown. A paciente obteve boa recuperação pós-operatória, observando-se adequada cobertura de lesão da asa nasal direita, sem retrações, sem desnivelamentos, sem pinçamento ou desvio das estruturas adjacentes, cursando com resultado estético adequado.

Discussão

No que tange a reconstrução de asa nasal, dentre as varias opções, classicamente opta-se pela técnica do retalho nasogeniano; todavia, no ponto de vista estético esse retalho apresenta algumas desvantagens, principalmente se aplicado para lesões pequenas, quando se comparados com seus benefícios. Em lesões menores de 1cm, a probabilidade de ocorre uma cicatrização inadequada, com desvio das estruturas adjacentes e cicatriz facial proeminente. Por isso, ao optarmos pelo uso de um enxerto cutâneo da região frontal adjacente a linha capilar, fomos capazes de obter uma cobertura adequada a região ressecada, garantindo sua vascularização e funcionalidade; além de garantir um resultado estético extremamente satisfatório ao serem realizadas menos incisões e modificações na anatomia da face.

Palavras Chave

Enxerto, lobo asa nasal, carcinoma basocelular, tumor não melanoma

Área

CIRURGIA PLÁSTICA

Instituições

Clínica Chedid - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Ignacio Salonia Goldmann, Stefano Almeida Thofehrn, Carolina Bueno Luzardo, Marina Slongo, Eduarda Rodrigues Bonamigo, Giovanni Reveilleau Dallapicola, João Vitor Dal Ponte Zatt, Gibran Busatto Chedid