Dados do Trabalho
Título
SINDROME COMPARTIMENTAL AGUDA EM MEMBRO SUPERIOR: UMA RARA COMPLICAÇAO DA ANGIOPLASTIA VIA TRANSRADIAL
Introdução
As doenças cardiovasculares são uma das maiores causas de óbito, sendo um problema de saúde pública mundial. Os principais fatores de risco para doença arterial coronariana são o Diabetes Mellitus, a Hipertensão Arterial Sistêmica, história familiar positiva, sedentarismo, obesidade, tabagismo, alcoolismo e dislipidemia. A síndrome coronariana aguda (SCA) é caracterizada por manifestações que resultam em angina instável e infarto agudo do miocárdio (IAM) com ou sem supra de segmento ST. Para o diagnóstico é indicado o cateterismo cardíaco transluminal, que consiste na introdução de um cateter através das vias transfemoral ou transradial. Para o tratamento é indicada a angioplastia para restabelecer o fluxo sanguíneo da artéria acometida. Entretanto, essas intervenções podem acarretar complicações, como: sangramento, hematoma, pseudoaneurisma, isquemia, fístula arteriovenosa, nefropatia grave, taquicardia e fibrilação ventricular. No presente relato de caso, foi observada uma complicação atípica da angioplastia, caracterizada como síndrome compartimental em membro superior, que apresenta incidência menor que 0,004%, na qual houve a perfuração da artéria braquial.
Relato de Caso
HR, homem, 54 anos, sem doenças pré-existentes, com histórico familiar de IAM. Enquanto realizava atividade de jardinagem iniciou dor em região torácica esquerda com irradiação para membro superior esquerdo de forte intensidade, náuseas, palidez e sudorese fria. Imediatamente procurou atendimento médico, na qual foi realizado eletrocardiograma que evidenciou supra-desnivelamento de ST em D2, D3 e aVF. Foram iniciadas as medidas para SCA, em seguida, foi encaminhado para o hospital de referência. No atendimento, apresentou estertores em bases, classificado como Killip II. Foi realizado cateterismo, com implante de stent convencional em coronária direita via transradial. No dia seguinte, evoluiu com hematoma volumoso em membro superior direito associado a dor, não apresentou palidez, perda de pulso e paralisia. Foi realizado Ultrassom Doppler, que fechou o diagnóstico de síndrome compartimental. Em seguida, foi submetido à fasciotomia com exploração da artéria braquial, havia sangramento de padrão muscular, com presença de grande quantidade de coágulos. O procedimento foi realizado sem intercorrências. O paciente evoluiu bem, com recuperação total.
Discussão
A síndrome compartimental aguda ocorre com o aumento da pressão intersticial do compartimento fascial, o que reduz a pressão de perfusão capilar. Corresponde à urgência cirúrgica que necessita de diagnóstico e tratamento precoce, com o intuito de prevenir futuras sequelas, tais como, perda da função do membro até a amputação. Os principais sintomas são dor, palidez, ausência de pulso e paralisia. O diagnóstico é clínico e pode ser complementado com US com doppler. O tratamento consiste na realização da fasciotomia precoce, que visa reduzir a pressão da região afetada e complicações.
Palavras Chave
Infarto Agudo do Miocárdio, Angioplastia; Complicações; Homem; Hematoma
Área
CIRURGIA VASCULAR
Instituições
UNIVERSIDADE DE UBERABA - Minas Gerais - Brasil
Autores
Maria Eduarda Santos Ritt, Camila Izabel Chiba Barbosa, Estela Hercos Fatureto, Giovane Amui Fernandes, Anderson Lubito Simoni