Dados do Trabalho


Título

USO DO RETALHO DE HAMMOND PARA RECONSTRUCAO DO COMPLEXO AREOLOPAPILAR: RELATO DE CASO

Introdução

Nas pacientes submetidas à mastectomia, a reconstrução do complexo areolopapilar (CAP) associa-se à melhora da auto-estima e aumento da qualidade de vida. Uma série de técnicas para reconstrução do CAP tem sido descrita. A técnica de Hammond utiliza retalhos locais e apresenta resultados satisfatórios em longo prazo

Relato de Caso

Paciente com neoplasia mamária submetida à mastectomia e reconstrução com implante de silicone. Realizada técnica de Hammond para reconstrução do CAP unilateral. O posicionamento do novo CAP foi realizado com auxilio de foto pré-operatória e adesivo. Após incisão circular de espessura total (derme) na posição da nova aréola, foram confeccionados 2 retalhos de pedículo no subcutâneo. Na extremidade central de um dos retalhos foram realizadas incisões em “T” para confeccionar o corpo e o topo da papila. Após montagem da papila, os dois retalhos avançam em direção à linha média, cobrindo o defeito central. Finalmente, a incisão circular é fechada em round-block. No caso descrito, observou-se bom resultado final considerando posicionamento, aspecto final e projeção da papila.

Discussão

A reconstrução do complexo areolopapilar oferece identidade à mama reconstruída pós-mastectomia. A literatura evidencia uma série de técnicas distintas para a realização desse procedimento. Adams, ao final da década de 40, demonstrou a possibilidade de reconstruir tal estrutura com utilização de enxerto de pele dos pequenos lábios como área doadora. Mais adiante, Brent e colaboradores, fizeram uso de enxertos de pele da região retroauricular. Nos últimos anos, técnicas que utilizam apenas retalhos locais passaram a ser mais usadas, como é o caso da técnica de skate flap -publicada por Little em 1984- na qual, faz-se um retalho dermogorduroso para produzir a nova papila. Nesse caso, optamos pela utilização da técnica de Hammond. Seus benefícios incluem uso exclusivo de tecido local, cicatrizes facilmente camufladas com pigmentação da aréola e, principalmente, o “quebra-cabeça” de retalhos, que, ao se unirem na porção central, provêm um volume adequado à papila, permitindo suportar o processo de contração natural e manter uma forma e tamanho adequados à papila. Dentre as limitações, destacam-se a necessidade de mobilidade da pele para avanço dos retalhos, de espessura de tecidos locais (pele e subcutâneo) segura para evitar exposição do implante e de espessura de derme satisfatória para manutenção da projeção da papila em longo prazo. Sendo assim, concluímos que a técnica de Hammond é uma opção segura e eficaz na reconstrução do complexo areolopapilar pós-mastectomia. Avaliação dos tecidos locais é de fundamental importância para o sucesso do tratamento.

Palavras Chave

retalho , hammond, complexo areolopapilar, pediculo

Área

CIRURGIA PLÁSTICA

Instituições

Núcleo Mama Hospital Moinhos de Vento - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Ignacio Salonia Goldmann, João Vitor Dal Ponte Zatt, Bernardo Rivera Fernandes Severo, Carolina Bueno Luzardo, Eduarda Rodrigues Bonamigo, Giovanni Reveilleau Dallapicola, Stefano Almeida Thofehrn, Rafael Netto