Dados do Trabalho


Título

INVAGINAÇÃO PRIMÁRIA DE APÊNDICE CECAL COM APENDICITE: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA

Introdução

A invaginação intestinal (II) é causa comum de obstrução intestinal na infância. Com incidência de 1 a 4 casos/1000 nascidos vivos e prevalência em meninos. 90% dos casos são idiopáticos, onde não se encontra cabeça patológica de invaginação, sendo a hipertrofia linfóide a causa mais comum. As invaginações secundárias ocorrem devido a divertículo de Meckel, pólipos, tumores ou duplicação entérica. A II ocorre quando um segmento intestinal adentra o lúmen de outro segmento adjacente. A forma mais comum de invaginação é a íleocecocólica. Se não tratada, pode levar à perfuração intestinal, peritonite e choque. A vacina contra o rotavírus está relacionada com o aumento de casos de II, porém, esses quadros levam a 590 mil mortes/ano, assim, o benefício da vacinação suplanta o risco de II. Os sintomas são inespecíficos e a tríade clássica (vômitos, dor abdominal em cólica e sangramento nas fezes) é observada em menos de 50% dos casos. O tratamento consiste na redução com enema ou cirúrgica. A metodologia deste trabalho constou de análise de prontuário e referências científicas levantadas nas bases de dados Scielo e Pubmed.

Relato de Caso

G.L.F.C., 5 anos, procurou Pronto Socorro devido quadro de dor abdominal há 3 dias, difusa, em salvas, associado a vômitos e diarréia. Ao exame físico abdome distendido, depressível, doloroso a palpação difusa, principalmente de flanco direito. Sem massas palpadas e sem descompressão brusca. Ultrassonografia de abdome para investigação evidenciou imagem compatível com intussuscepção e o paciente foi submetido à laparotomia exploradora, sendo identificada invaginação primária do apêndice cecal (invaginação ileocecal) seguida de apendicectomia convencional.

Discussão

A invaginação do apêndice cecal é rara, ocorrendo em qualquer faixa etária. Pode ser precipitada pela variação anatômica apendicular, duplicação, neoplasia, fecalitos, angiodisplasia cecal, corpo estranho ou ser idiopática. Tais situações, pelo processo inflamatório, levariam a um aumento da peristalse apendicular. O diagnóstico prévio é difícil, pois os exames de imagem mostram alterações variadas. O tratamento cirúrgico consiste na redução da invaginação seguida de apendicectomia, com margem de segurança no ceco para evitar recorrências, caso haja edema importante na base do apêndice e/ou na parede do ceco. Uma vez estabelecido o diagnóstico específico da invaginação apendicular, não deve ser tentado a redução por enema. Cirurgiões e radiologistas devem estar a par desta particularidade a fim do tratamento cirúrgico precoce ser instituído para evitar complicações.

Palavras Chave

intussuscepção, invaginação, apendicectomia

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

Universidade de Marília - UNIMAR - São Paulo - Brasil

Autores

Marcela Amaro de Santana, Júlia Bazzo Sinatora, Paula Congro Michelone, Mayra Falcão de Oliveira, Ricardo Argollo Haber, Juliana Pascon dos Santos