Dados do Trabalho


Título

USO DE SUTURA ELASTICA NA SINTESE CUTANEA APOS FASCIOTOMIA POR SINDROME COMPARTIMENTAL: RELATO DE CASO

Introdução

A Síndrome Compartimental (SC) é uma emergência cirúrgica de difícil diagnóstico causada por diversos tipos de traumas afetando, principalmente, os membros inferiores. A SC é caracterizada por comprometer a perfusão de extremidades pela compressão das estruturas vasculares, através do acúmulo de sangue ou líquido, e consequentemente aumento da pressão local que poderá acarretar em isquemia muscular e/ou nervosa. O padrão ouro para o tratamento de SC é a fasciotomia profilática, cujo objetivo é aumentar o volume do compartimento muscular afetado e reduzir a pressão da região, evitando a perda funcional. O fechamento de uma fasciotomia secundária à SC é desafiador pelos possíveis desdobramentos envolvidos, como edema e retração da pele. Nesse contexto, a técnica de autoenxerto com espessura parcial é a mais utilizada, entretanto está associada à danos estéticos e funcionais. A sutura elástica (SE) por outro lado tem se mostrado mais prática por diminuir a necessidade da realização de procedimentos secundários.

Relato de Caso

O caso a ser relatado é de um adulto jovem, sexo masculino, sem comorbidades. Após sofrer contusão muscular em MID durante jogo de futebol, o paciente, se queixando de dor, procurou o serviço de urgência do Hospital de Urgências de Sergipe, onde foi submetido à fasciotomia e drenagem de hematoma como tratamento de SC. Decorridos 20 dias de tratamento conservador, a SE foi realizada utilizando-se a borda do punho de um par de luvas de látex estéril n° 8,5, fixando-as com pontos de Nylon 3.0 à pele, promovendo tensão em X até o completo fechamento da ferida. A tensão produzida sobre a área de sutura resultou no fenômeno expansão da pele, o que facilitou o fechamento sem tensão após 15 dias. O paciente evoluiu bem, sem complicações.

Discussão

A SE baseia-se no princípio da biomecânica tecidual, tendo em vista a capacidade da pele de aumentar sua área superficial e sofrer relaxamento em resposta à tensão, a qual estimula o crescimento celular, permitindo o aumento da atividade metabólica da região e uma melhor aproximação das bordas pela força tênsil do ferimento. A técnica consiste em dois tempos cirúrgicos; o primeiro ocorre com o auxílio de um elástico estéril suturado na pele aproximando os bordos da ferida, no segundo tempo, com a retirada do elástico observa-se que a pele está aproximada de maneira satisfatória para a realização de uma sutura simples. No presente caso, a utilização dessa técnica ajudou de maneira efetiva no fechamento definitivo da fasciotomia, dispensando a necessidade da realização de um autoenxerto. Dessa forma, a SE demonstrou ser um método eficaz, de baixa complexidade, de baixo custo, seguro e com boa cicatrização.

Palavras Chave

"Sutura Elástica", "Fasciotomia", "Síndrome Compartimental".

Área

CIRURGIA PLÁSTICA

Instituições

Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) - Bahia - Brasil

Autores

Gabriela Sandes Machado, Luis Gustavo Macedo Sobreira da Silva, Bianca Lima Gondim Osman, Marcos Marinho Lopes, Inara Suelane Pontes Nogueira, Rafael de Souza Bezerra, Hianga Fayssa Fernandes Siqueira