Dados do Trabalho


Título

USO DE RETALHO MIOCUTANEO EM ILHA DE GRANDE DORSAL EM RECONSTRUÇAO APOS RESSECÇAO DE OSTEOSSARCOMA DE CLAVICULA

Introdução

O osteossarcoma representa um tumor maligno raro, agressivo, caracterizado por uma neoplasia óssea primária. Mais usualmente encontrado nas metáfises de ossos longos como fêmur e úmero. Com maior incidência em crianças e adultos jovens, principalmente no período de crescimento ósseo e com predominância no sexo masculino.
O retalho de grande dorsal foi inicialmente descrito em 1906 por Tansini, porém esquecido por cerca de 70 anos. Atualmente, tornou-se popular em reconstruções por sua versatilidade. Seu retalho miocutâneo ou livre permite que o músculo seja retirado e transferido para outras regiões do corpo.

Relato de Caso

Paciente do sexo masculino, 26 anos, cirurgia prévia realizada pela equipe de ortopedia com ressecção de terço esternal de clavícula esquerda com enxerto de crista ilíaca, diagnosticado, na época, como cisto ósseo. Atual diagnóstico de osteossarcoma em clavícula esquerda, o qual se estendeu para manúbrio do esterno, realizou três sessões de quimioterapia neoadjuvante para redução do tumor, sem metástase. Efetuou-se retirada do tumor com ressecção de clavícula e permanência de terço acromial, ressecção de manúbrio do esterno e ressecção parcial de esternocleidomastoídeo, peitoral maior, esterno-hióideo do lado esquerdo. Após excisão de tumor e tecidos adjacentes, foi realizado retalho miocutâneo de grande dorsal em ilha de pele o mais distal possível. O músculo foi levado na íntegra para área receptora e fixado nos cotos musculares remanescentes: esternocleiodomastoídeo, peitoral maior e esterno-hióideo. Cobertura de todas as estruturas, sem espaço morto remanescente. Foi colocado dreno com aspiração em região receptora e doadora.

Discussão

O músculo grande dorsal é o maior músculo do corpo humano e seu retalho é, frequentemente, descrito em grandes reconstruções de tórax (representando o gold standart destas), membros superiores, membro inferiores e teve seu primeiro uso em reconstruções de mama pós mastectomia. Apresenta boa viabilidade tecidual de acordo com a quantidade fornecida, boa adaptação e cobertura, baixas taxas de morbimortalidade, boa vascularização e versatilidade. Desta forma este estudo corroborou com o de Olivari, o qual reapresentou em 1979 o retalho de grande dorsal para reconstrução de mama e peitoral maior em pacientes submetidas à mastectomia por câncer de mama, assim como, Flores et al. (2016) e Mericli et al. (2019), demonstraram que houve boa aceitação das mastectomizadas a este procedimento, sendo mais humano e apresentando resultados mais completos. Outrossim, o presente relato está em consonância com os descritos por Wilkman et al. (2013) o qual trouxe o uso do retalho de grande dorsal para reconstrução de cabeça e pescoço acometidos por tumores malignos, considerando-o bom para tais regiões. Destarte, o uso do retalho de grande dorsal para cobertura de região clavicular, tecidos adjacentes e cotos musculares de peitoral maior, esternocleidomastoídeo e esterno-hióideo mostrou-se uma boa escolha.

Palavras Chave

Retalho miocutâneo, cirurgia plástica, osteossarcoma.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA

Instituições

Universidade de Rio Verde - Goiás - Brasil

Autores

Andressa Ribeiro da Costa, Laíne Ribeiro Antonelli, Pedro Augusto Carrijo Nunes, Sabrina Oliveira Carvalho, Nicole Nogueira Cardoso, Gabriel Antunes Sousa Silva, Elson Taveira Adorno Filho, Iuri dos Santos Barros Viana