Dados do Trabalho


Título

FÍSTULA RETOVESTIBULAR COM ÂNUS PÉRVIO: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA

Introdução

Anomalias anorretais afetam o ânus e o reto, bem como os tratos urinário e genital. A incidência é de 1:5000 nascidos vivos e predomina no sexo masculino. Cerca de 25 a 50% dos pacientes apresentam outras malformações associadas. As anomalias comumente associadas são urinárias, cardiovasculares, vertebrais e sacrais. A classificação das anomalias anorretais varia de acordo com o sexo, sendo importante para a definição terapêutica e prognóstica. O diagnóstico precoce, bem como o tratamento adequado, são cruciais para evitar consequências sérias e minimizar sequelas. O diagnóstico pode ser realizado durante o exame físico e exames complementares podem ser utilizados para a confirmação diagnó6stica bem como avaliação de outras malformações associadas. Uma vez diagnosticada a anomalia anorretal, o tratamento cirúrgico deve ser programado de acordo com o tipo de anomalia e condição clínica do paciente. A metodologia utilizada neste trabalho constou de análise de prontuário e referências científicas levantadas nas bases de dados Scielo e Pubmed.

Relato de Caso

A.P.C., sexo feminino, encaminhada à Cirurgia Pediátrica devido a hipótese de fístula retovaginal, observada após o nascimento. Ao exame físico, evidenciado genitália feminina típica, ânus de pequeno calibre e relato de saída de fezes pelo intróito vaginal. Realizada investigação complementar que identificou uma comunicação interatrial sem repercussão e enema opaco mostrando dilatação de sigmóide e cólon descendente. Foi indicada exploração cirúrgica com pesquisa de fístula no intraoperatório. Com a criança anestesiada, identificamos uma fístula reto-vestibular após passagem de sonda. Realizada eletroestimulação para identificação do complexo muscular, observando o ânus discretamente fora do mesmo. Optou-se pela confecção de colostomia em duas bocas. Um divertículo de Meckel foi achado incidental.

Discussão

A classificação da anomalia anorretal é fundamental para o tratamento que será proposto bem como para a avaliação do prognóstico. O diagnóstico clínico é feito com um exame físico adequado, atentando para região perineal/anal, musculatura local e região sacral. Em 90% das meninas, uma inspeção perineal cuidadosa irá demonstrar o tipo de defeito anorretal. Apesar de avanços nas técnicas de correção cirúrgica das malformações anorretais e programas de treinamento esfincteriano e recondicionamento intestinal, ainda há significativa morbidade relacionada à função intestinal anormal após correção.

Palavras Chave

anomalia; reto; ânus; fístula

Área

CIRURGIA PEDIÁTRICA

Instituições

Universidade de Marília - UNIMAR - São Paulo - Brasil

Autores

Marcela Amaro de Santana, Júlia Bazzo Sinatora, Ricardo Argollo Haber, Juliana Pascon dos Santos