Dados do Trabalho


Título

ANALISE EPIDEMIOLOGICA DAS VITIMAS DE TRAUMATISMO INTRACRANIANO NAS MACRORREGIOES BRASILEIRAS

Objetivo

Comparar o número de óbitos e tempo de internamento decorrente de traumatismo intracraniano (TCE) por região brasileira, sexo e faixa etária.

Método

Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal, com a utilização de informações obtidas no Sistema de Internações do SUS (SIH/SUS), as quais foram publicadas na plataforma DATASUS pelo Ministério da Saúde. Analisou-se um período de 10 anos (entre maio de 2010 e maio de 2020) nas macrorregiões brasileiras. Os dados coletados retratam a relação entre óbitos e tempo médio de internamento por TCE com faixa etária, sexo e região geográfica brasileira. É importante ressaltar, ainda, que se considerou o caráter de urgência, sem distinção entre o internamento público e privado.

Resultados

Foram analisados um total de 876.541 pacientes internados, dos quais 81.785 foram a óbito. Dentre essas mortes, 80,8% envolveram homens e 19,2% mulheres. Quanto aos internamentos, sua distribuição geográfica se deu da seguinte forma: Sudeste (40,7%) - Nordeste (26,4%) - Sul (18%) - Norte (8%) - Centro Oeste (6,9%). Ademais, considerando o grupo dos adultos, a prevalência de internações foi maior na faixa etária de 20 a 29 anos (15,15%), e a menor na de 50 a 59 anos (10,9%). Quanto ao valor total gasto com os serviços profissionais, cerca de 16,7% foi direcionado ao primeiro grupo, enquanto aproximadamente 12,67% foi gasto com o segundo. Por fim, a média de permanência foi maior entre os idosos, em especial aqueles com idade entre 60 a 69 anos (7,3 dias).

Conclusões

A análise deste estudo permite inferir que há uma maior prevalência de internamentos por trauma intracraniano na região Sudeste e, em contrapartida, há uma menor na região Centro-Oeste. Tal diferença se justifica pela distribuição de pessoas por macrorregião brasileira, sendo essa compatível com os dados de prevalência desse tipo de trauma. Além disso, quanto ao número de internamentos, nota-se que a faixa etária de 20 a 29 anos é a mais afetada e, por consequência, gera o maior custo de serviços profissionais. Essas informações corroboram a literatura vigente, visto que jovens adultos compreendem o grupo mais acometido por TCE, sendo a principal causa os acidentes automobilísticos. Nesse contexto, esses acidentes podem estar diretamente relacionados à combinação entre o crescente uso de drogas e bebidas alcoólicas com a imprudência no trânsito. Ademais, no que tange a média de internamentos, o grupo que se destaca são os idosos, em especial, aqueles entre 60-69 anos, uma vez que os seus mecanismos compensatórios estão naturalmente comprometidos pelo envelhecimento, os predispondo a piores prognósticos. Por fim, percebe-se a importância de se desenvolver políticas de conscientização e prevenção primária voltadas, sobretudo, ao público mais jovem, visto que se trata da população mais vulnerável a esse trauma.

Palavras Chave

Trauma intracraniano. Trauma. Macrorregiões brasileiras.

Área

TRAUMA

Instituições

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP) - Bahia - Brasil

Autores

Rodrigo Bartolomeu Sobral Neves, Gabriela Malaquias Gomes Barreto, Gustavo Bazin Vieira Mauchle, Tauá Vieira Bahia