Dados do Trabalho


Título

GIST DE SIGMOIDE: UM RELATO DE CASO

Introdução

Os tumores estromais gastrointestinais (GISTs), apesar de serem as neoplasias mesenquimais mais identificadas no trato gastrointestinal, são raros e podem aparecer por toda sua extensão. Eles representam 0,1 a 3% e tem como sítio mais comum o estômago (55-70%) sendo dificilmente encontrados no intestino delgado (25%), grosso (10%) e fora de vísceras ocas (5%) como omento, mesentério e retroperitônio. No espectro dos cânceres colorretais, eles correspondem a cerca de 0,1%. A clínica costuma variar de acordo com a localização e tamanho do tumor. O diagnóstico se dá, sobretudo, através da presença da proteína CD117 (c-kit) além da avaliação clínica do paciente e morfológica da lesão. O tratamento ideal a ressecção do tumor com quimioterapia adjuvante com Imatinibe. O objetivo do presente relato é apresentar o caso atendido no Hospital Estadual Getúlio Vargas em 2019, a despeito de um paciente com massa pélvica à esclarecer submetido à cirurgia eletiva na instituição com diagnóstico de GIST de sigmóide.

Relato de Caso

Paciente masculino, 57 anos, deu entrada na unidade com quadro de constipação intestinal, dificuldade miccional e dor abdominal, além de perda ponderal. Ao exame físico, havia massa palpável da sínfise púbica à cicatriz umbilical. Foi realizado tomografia com contraste venoso e também com infusão de contraste pelo cateter vesical de demora, na qual foi percebido que se trata de uma tumoração pélvica, de caráter cístico-sólido, volumosa, que não tinha relação com o trato urinário. Definido tratamento de ressecção cirúrgica. No intra operatório, a massa se apresentava em íntimo contato com o retossigmoide e abrangia, também, um pequeno segmento do íleo distal. Realizamos a retossigmoidectomia à Hartmann com enterectomia segmentar com anastomose látero-lateral, promovendo a ressecção em bloco do tumor. Paciente foi levado à unidade intensiva no pós operatório imediato, onde permaneceu internado por três dias, recebendo alta hospitalar no sétimo dia pós operatório. O resultado da análise histopatológica confirmou a suspeita diagnóstica de GIST de sigmóide. Paciente foi encaminhado para serviço de oncologia para seguimento quimioterápico adjuvante.

Discussão

O tumor estromal gastrointestinal trata-se de uma doença rara e de difícil diagnóstico, principalmente quando localizada fora de seu sítio principal. Desta forma, acaba por ser diagnosticada no pós operatório, a partir da análise histopatológica. Sendo assim, a avaliação clínico-radiológica do paciente é extremamente importante no preparo pré-operatório, quando a tomografia computadorizada se faz imprescindível para a avaliação de acometimento estrutural adjacente. A possibilidade de ressecção cirúrgica sempre há de ser aventada, sendo excluída apenas em casos de irressecabilidade por acometimento de estruturas nobres, onde opta-se por terapia de adjuvância com Imatinib.

Palavras Chave

Tumores do Estroma Gastrointestinal; Neoplasias Pélvicas; Colectomia

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Hospital Estadual Getúlio Vargas - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Gabriel Henrique Lamy Basilio, Roberta Neves Ferreira, Hivo Emmanuel Villanueva Aguero, Nicole Souza Henriques, Jose Francisco Mesquita Martins, Marcelo de Ávila Trani Fernandes, Alex Lima Sobreiro, Flora Rocha Rebello