Dados do Trabalho


Título

HERNIA DE AMYAND: UM RELATO DE CASO

Introdução

A hérnia de Amyand se dá pela presença do apêndice vermiforme inflamado ou não no interior de um saco herniário, descrita por Claudius Amyand em 1736.A prevalência desse achado é de 1% em indivíduos com apêndice não inflamado, e em 0,1% de todos os casos de apendicite aguda têm-se a formação da hérnia. O diagnóstico na maior parte dos casos é realizado no intraoperatório. Este relato objetiva demonstrar o manejo de hérnia de Amyand em paciente idoso em um hospital no interior do Estado do Rio de Janeiro.

Relato de Caso

F.C.S.R., 63 anos, casado, porteiro, natural e residente de Campos dos Goytacazes-RJ, deu entrada no ambulatório de cirurgia geral com queixa de dor e inchaço em testículo direito. Relata surgimento de herniação inguinocrural direita há seis meses, concomitante a dor e edema em testículo ipsilateral. Nega outras comorbidades. Ao exame físico, apresentava-se em bom estado geral, normocorado, acianótico, hidratado, sem alterações na ausculta cardíaca e pulmonar. Apresentava abdome plano, flácido e indolor a palpação e com abaulamento à manobra de Valsalva em região inguinal direita. Indicada herniorrafia inguinal direita, na qual após a abertura do cordão inguinal e dissecção do saco herniário foi identificado a presença do apêndice cecal não inflamado no interior do mesmo. Foi realizado a redução do conteúdo para a cavidade abdominal, seguido de secção e sutura do saco herniário. Posteriormente, sob técnica de Lichtenstein, foi feita fixação de tela de polipropileno ao tendão conjunto, ao longo do ligamento inguinal, sob o músculo oblíquo interno e abertura da tela para passagem do cordão espermático.

Discussão

A hérnia inguinal se dá pela protusão de uma alça intestinal através de um orifício de maior fragilidade presente na parede abdominal, formando assim o saco herniário, que comumente tem como conteúdo o omento ou intestino delgado. Em alguns casos não frequentes, achados incidentais podem ocorrer na herniorrafia inguinal, como por exemplo, a presença do divertículo de Meckel (hérnia de Littré), da bexiga e até mesmo do apêndice vermiforme, no interior do saco herniário, caracterizando a hérnia de Amyand. A hérnia de Amyand, quando não associada a um quadro de apendicite aguda, se apresenta como uma hérnia inguinocrural comum, como inchaço da região inguinal e dor local, principalmente aos esforços. Já quando presenciamos um quadro inflamatório agudo, a dor local é mais acentuada do que numa hérnia inguinal não complicada, além de outros sinais clínicos importantes de abdome agudo inflamatório. A abordagem para o seu tratamento é semelhante à de qualquer outra hérnia inguinal, no entanto, nos casos em que o apêndice não encontra-se inflamado, a decisão acerca da apendicectomia ainda é controversa. A mortalidade atribuída a esta doença é extremamente baixa, porém há descrições de complicações associadas à comorbidades do paciente.

Palavras Chave

Hérnias, Hérnia de Amyand

Área

HÉRNIAS E PAREDE ABDOMINAL

Instituições

Hospital Municipal Dr. Mário Gatti - São Paulo - Brasil

Autores

CAIO OLIVEIRA DA SILVA, ARTHUR NAVARRO LANÇA, TIAGO SEIKI GUSHIKEN PETRUCCI, MARIANA PEREATO FERNANDES, DANIEL FRAGA COSTA