Dados do Trabalho


Título

PSEUDOANEURISMA TRAUMATICO POS FERIMENTO POR ARMA BRANCA EM ARTERIA BRAQUIAL

Introdução

Os pseudoaneurismas são complicações vasculares raras e possuem como etiologias: pós-operatório de cirurgias vasculares, infecciosas, pós-procedimentos e traumáticas. Localizados mais frequentemente em artéria femoral, artérias braquial, radial, subclávia e outras. São definidos como um pertuito da parede arterial que provoca a existência de um hematoma pulsátil em sua parede (ocorrendo um fluxo sistólico em direção a cavidade e um fluxo diastólico em direção a artéria).

Relato de Caso

Masculino, 17 anos, admitido à sala de urgência de cirurgia geral do Hospital Padre Albino, após ferimento por arma branca em membro superior esquerdo e abdômen. Foi realizada sutura primária em ferimento corto contuso de abdômen (restrita a subcutâneo) e de membro superior esquerdo. Foi abordado pela equipe de ortopedia e traumatologia sendo realizado reparo do tendão do músculo bíceps braquial com curativo e tala axilo-palmar, após apresentar quadro de déficit de mobilidade em articulação carpometacarpal esquerda. Em retorno ambulatorial após três semanas optou-se por retirada de tala ortopédica e de pontos cirúrgicos. Evoluiu com dor e déficit de mobilidade em membro superior esquerdo e sangramento de ferida operatória, dessa forma, retornou a ala de urgência da cirurgia geral. Ao exame físico apresentava cicatriz medial em região biceptal com abaulamento endurecido e hiperemia associada a sangramento em pequena quantidade e hipoestesia em MSE. Ao Ultrassom Doppler foi identificada estrutura anecoica perivascular em contato com artéria braquial no terço distal de MSE, suspeitando de pseudoaneurisma de artéria braquial. Foi acionado serviço de cirurgia vascular do hospital e realizou dissecção e clampeamento de artéria braquial. Identificou-se a lesão em parede vascular arterial com visualização de hematoma e retirada de conteúdo sanguinolento do pseudoaneurisma. A reconstrução da artéria braquial foi realizada com veia cefálica invertida e uso de fio prolene 6.0.

Discussão

O pseudoaneurisma pode evoluir com complicações importantes como a compressão de estruturas adjacentes, infecção e rotura, sendo morbidades diretamente relacionadas à demora do diagnóstico e do início do tratamento. No relato de caso em questão, o diagnóstico tardio do pseudoaneurisma se dá pela ausência de sinais sugestivos na primeira admissão. Associado a isso, o uso de tala devido ao reparo do tendão do músculo bíceps braquial pode ter gerado maior dificuldade propedêutica do pseudoaneurisma no estágio inicial. O exame de imagem de escolha foi o USG com Doppler, por sua fácil acessibilidade, baixo custo e alta acurácia, ainda que alguns autores defendam a necessidade de fazer arteriografia. A escolha terapêutica por cirurgia levou em consideração a hipoestesia do MSE, remetendo a uma possível complicação. A técnica de reconstrução da artéria braquial utilizando enxertia da veia cefálica invertida foi realizada por apresentar bom diâmetro e fácil acesso, em detrimento do uso da veia safena.

Palavras Chave

pseudoaneurisma; arteria; braquial; cirurgia; vascular; doppler

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

FAMECA - UNIFIPA - São Paulo - Brasil

Autores

Camilo de Lélis Lima Sandoval Filho, Lívia Maria Christofoletti, Enzo Bertolo Couto, Alemer Cortat de Queiroz, Giovanna Rodrigues de Castro Castellani, Matheus Freitas Vieira, Murilo Henrique Sugai, Murillo Antonio Couto