Dados do Trabalho


Título

CIRURGIA DE CONTROLE DE DANOS PARA TRAUMA TORACOABDOMINAL PENETRANTE POR FAF

Introdução

O número de pessoas assassinadas por armas de fogo no Brasil em 2017 foi 47.510, um crescimento de 6,8% em relação ao ano anterior. Os dados constam no Atlas da violência de 2019. A maioria dos casos se restringe a adultos jovens (20-39 anos), do sexo masculino, de cor de pele parda e tem o tórax como região mais acometida. Logo, o caso abaixo é de grande importância para a análise da sistematização do atendimento e de suas complicações relacionados ao trauma penetrante por arma de fogo.

Relato de Caso

Paciente masculino, 18 anos, procedente de Catanduva, foi admitido no serviço de urgência e emergência do Hospital Padre Albino, socorrido por bombeiros após ser vítima de ferimento por arma de fogo em região torácica e coxa esquerda. Na avaliação primária do trauma notava-se um orifício de entrada em hemitórax esquerdo sem orifício de saída, com projétil alojado em musculatura de dorso à esquerda e outro orifício de entrada de projétil em coxa anterior esquerda, com ferimento apresentando sangramento em babação. Paciente encontrava-se consciente, orientado, Glasgow de 15, apresentando taquicardia e hipotensão (choque grau 4), sinais de peritonite e dispneia. Foi diagnosticado inicialmente com pneumotórax hipertensivo, submetido ao tratamento imediato com toracocentese de alívio e posterior drenagem torácica. Mediante ao quadro clínico, foi optado por realizar a intubação orotraqueal sob anestesia geral e laparotomia mediana que revelou: sangramento abundante na cavidade, perfuração anterior e posterior do estômago, perfuração de jejuno proximal à cinco centímetros do ângulo de Treitz e hematoma expansivo em zona 2, secundário a laceração e sangramento do músculo psoas. Fora realizado enterectomia segmentar de jejuno, gastrectomia subtotal com reconstrução em Y de Roux, cirurgia de controle de danos com packing de compressas retroperitoneal para controle de sangramento em zona 2, somado à confecção de bolsa de Bogotá. Paralelo à conduta, a equipe de anestesia administrou concentrado de hemácias, plaquetas, plasma fresco drogas vasoativas e manteve o controle de hipotermia e distúrbios hidroeletrolíticos. Após o término da cirurgia, paciente foi encaminhado para a UTI, onde foram intensificados os cuidados pós operatórios. Devido à gravidade do caso o paciente evoluiu à óbito.

Discussão

Homicídios por armas de fogo constituem uma das causas de maior prevalência de morte entre adultos jovens. Na cirurgia do trauma o desafio é manter, durante o ato cirúrgico, a estabilidade fisiológica do paciente. Nesse contexto, para pacientes politraumatizados, a cirurgia de controle de danos deve ser aplicada com o intuito de reduzir os danos causados pelo trauma cirúrgico prolongado e visando evitar a tríade letal.

Palavras Chave

Trauma; Violência; Cirurgia; Controle de danos; Arma de fogo

Área

TRAUMA

Instituições

Centro universitário Padre Albino - FAMECA - São Paulo - Brasil

Autores

Gabriel Martins Pistori, Gabriel Augusto Biassi Geromel, Gabriel Gonçalves Torquato, Lucas Gonçalves Torquato, Isabella Mazzo Miorim, João Victor Sprioli Martins, Maria Clara Machado Wintruff, Mário Peres Neto