Dados do Trabalho
Título
ESPLENOMEGALIA E HIPERESPLENISMO COMO SINAIS DE NEOPLASIA HEMATOLOGICA: RELATO DE CASO
Introdução
A esplenomegalia consiste no aumento do baço acima das suas dimensões normais. Este tem como principal função a resposta imune primária e filtração das hemácias senescentes e de partículas estranhas. Seu aumento pode gerar sensação de peso e desconforto em hipocôndrio esquerdo, além de citopenias periféricas, que podem gerar hemorragias, infecções, e ruptura esplênica. O diagnóstico é feito a partir da anamnese, exame físico e exames complementares laboratoriais e de imagem. É importante a determinação da patologia subjacente para realização do plano terapêutico adequado.
Relato de Caso
D.S.F, sexo masculino, 58 anos, admitido no serviço do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW) com queixa de dor abdominal difusa e distensão abdominal há 9 meses, que evoluiu com febre vespertina diária e astenia há 1 mês. Sem comorbidades, alergias e uso de medicação contínua. Possui histórico de AVC e IAM. Ao exame físico abdominal apresentava abdome globoso, distendido, com esplenomegalia palpável até fossa ilíaca esquerda. Realizou-se TC de Abdome constatando aumento difuso do baço, medindo 30 cm no maior eixo longitudinal; contornos regulares, sem lesões focais e presença de linfonodomegalias em andar superior do abdome. Ao exame laboratorial havia presença de leucopenia. Procedeu-se a realização de mielograma sendo evidenciada discreta hiperplasia medular global, além de imuno-histoquímica de material colhido da biópsia de medula óssea, revelando infiltração medular por linfoma não-hodgkin CD20+. Foi ainda realizada Endoscopia Digestiva Alta revelando pangastrite erosiva severa, com anatomopatológico confirmando gastrite crônica e H.pylori positivo. Assim, concluiu-se tratar de esplenomegalia maciça decorrente de neoplasia hematológica, sendo necessário proceder a esplenectomia. Após o procedimento cirúrgico ocorreu boa evolução pós-operatória.
Discussão
Pode-se reforçar a importância do diagnóstico precoce da doença subjacente para determinação de terapêutica eficaz. O tratamento em estágios não avançados também previne a evolução da esplenomegalia, que cursa com prejuízo da função imunológica e de hemocaterese esplênica, além da prevenção do hiperesplenismo, que pode evoluir com hemorragias, infecções e aumentar o risco de ruptura esplênica com hemorragia interna potencialmente fatal.
Palavras Chave
Esplenomegalia, Baço e Linfoma
Área
MISCELÂNEA
Instituições
Faculdade de Medicina Nova Esperança - Paraíba - Brasil
Autores
Nathalia Maria Menezes Fialho, Ana Vitória Borges de Amorim, Carlos Emanuel de Sá Pereira Nóbrega, Ianny Costa Moura de Paiva, Isabella Gomes Ferreira Gadelha, Mariana Galindo Silveira, Sara Paes Gaião Torreão, Marcelo Gonçalves Sousa