Dados do Trabalho


Título

ANALISE EPIDEMIOLOGICA CRITICA DA DOENÇA DIVERTICULAR E A MORBIMORTALIDADE HOSPITALAR NO BRASIL (2008-2019)

Objetivo

As complicações da doença diverticular (DD) são condições que muitas vezes requererem hospitalização e, a depender do quadro de apresentação, podem demandar cirurgia. É amplamente aceito que as apresentações clínicas são resultantes de uma complexa interação de condicionantes, cuja idade se destaca como importante fator de risco, especialmente nos maiores de 65 anos. Contudo, mais recentemente, vem se observando incremento em populações cada vez mais jovens. Nesta seara, o presente estudo analisa o perfil de morbimortalidade das hospitalizações por complicações da DD no Brasil.

Método

Trata-se de estudo ecológico, com dados secundários do SIH/SUS, de 2008 a 2019, utilizando-se os códigos K57 da classificação do CID10. A partir do número absoluto de internações, óbitos e do tratamento cirúrgico, obteve-se a proporção de internamentos e taxa de mortalidade hospitalar (TMH) por etnia e por grupos etários, considerando grupo 1, 2, 3 e 4 como sendo jovens (15-34 anos), adultos de meia idade (35-54 anos), adultos maduros (55-64 anos) e idosos (maiores de 65 anos), respectivamente. A análise estatística foi realizada por meio das plataformas VassarStat (Vassar College/USA) e OpenEpi 3.01 (MIT/USA), adotando-se p≤0,01 significativo.

Resultados

No período analisado, houve 86.359 internamentos por DD no Brasil, dos quais 45.191 (52,3%) ocorreram em brancos. Apesar disso, pardos computaram maior TMH, com 6,8% e apresentaram sensível maior risco de mortalidade [OR=1,08 (1,01-1,16); p=0,01]. Ainda sobre as hospitalizações, 38.891 (45,03%) ocorreram no grupo 4 de idosos. O grupo 2 computou 25,7% das hospitalizações, seguido pelos grupos 3 e 1, com 22,47% e 6,8%, respectivamente. Ademais, dos 4.860 óbitos registrados no período, 63% foi computado no grupo 4, seguidos pelos grupos 3, 2 e 1, com 20,14%, 13,56% e 3,29% das mortes, respectivamente. A taxa de mortalidade hospitalar geral marcou 5,6%, cuja maior média anual de TMH foi do grupo 4 (7,93%±0,59 ao ano), e apesar disso, notou-se maior crescimento médio de óbitos brutos anuais no grupo 3 (6,92%±0,13 ao ano). Para além, houve decréscimo na variação da média TMH geral ao longo do período analisado (–1,41%±0,08 ao ano), da qual a menor queda registrada foi no grupo 4 (crescimento de –1,07%±0,11 ao ano). Sobre o manejo hospitalar, registrou-se maior risco de óbito associado aos pacientes da urgência [OR=6,13 (2,64-14,3); p<0,01].

Conclusões

Os dados evidenciam tendência de crescimento geral dos óbitos por complicações do DD, mas também revela decréscimo significativo na TMH ao longo do período. Infere-se que um possível maior acesso a exames de imagem por pacientes nos serviços de emergência tenha possibilitado maior número de diagnóstico, avaliação precoce e registro dos casos de DD, todavia isso não significou pior prognóstico, sendo esse desfecho mais reservado ao caráter do internamento em urgência.

Palavras Chave

Doença diverticular do cólon; Cirurgia; Idade; Fator de risco

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

Universidade do Estado da Bahia - Bahia - Brasil

Autores

JOÃO HENRIQUE FONSECA DO NASCIMENTO, Adriano Tito Souza Vieira, Benjamim Messias de Souza Filho, Iago Miranda Oliveira Dorea, André Gusmão Cunha, Monique Magnavita Borba da Fonseca Cerqueira, André Bouzas de Andrade, Bernardo Fernandes Canedo