Título

CHOQUE HEMORRAGICO REFRATARIO EM PACIENTE POS-OPERATORIO IMEDIATO DE SLEEVE GASTRICO: RELATO DE CASO

Introdução

Sangramento no PO é uma das complicações da cirurgia bariátrica. Sua incidência relatada é de 2%, geralmente sendo autolimitado. Nesse caso, observamos uma paciente que evoluiu para choque hemorrágico refratário após Sleeve gástrico.

Relato de Caso

Paciente feminina, 41 anos, branca, IMC 36 e hipertensa. Submetida à gastrectomia vertical (Sleeve) videolaparoscópica, com administração de 60mg de enoxaparina subcutânea ao fim da cirurgia. No primeiro dia do pós-operatório (PO) iniciou com queixa de dor abdominal difusa de forte intensidade refratária à analgesia. Ao exame físico, mucosas hipocoradas, hipotensão, taquicardia e peritonismo. Classificada como choque hemorrágico classe III. Exames propedêuticos sugestivos de hemorragia intra-abdominal. Na investigação, hemograma apresentava Hb de 11, sendo Hb pré-operatória de 15, leucocitose com desvio à esquerda e plaquetas dentro dos valores de referência. Realizada tomografia computadorizada (TC) de abdômen total, evidenciada moderada quantidade de líquido livre. Procedeu-se com novo hemograma com Hb de 8,7, seguido de ressuscitação volêmica com 2 litros de Ringer Lactato. Devido a instabilidade hemodinâmica, transferida para unidade de terapia intensiva, com choque refratário à infusão de líquidos, necessidade de transfusão de 2 unidades de concentrado de hemácias (CHAD). Após, estabilização da pressão arterial, mas permanência de taquicardia, efetuada transfusão de mais 2 unidades de CHAD e uma unidade de plasma. Estabilização dos sinais vitais e transferência para leito de enfermaria. Alta hospitalar no 4º dia do PO.

Discussão

Na maioria das vezes, o sangramento se apresenta nas primeiras 48 horas do PO. Análise do hemograma e TC associadas ao exame físico são fundamentais para o diagnóstico. As localizações potenciais para sangramento são a linha de grampos do estômago proximal. O tratamento conservador na maioria dos casos estabiliza o paciente, sendo a exploração cirúrgica rara e normalmente não identifica o foco do sangramento. Portanto, é relevante enfatizar a importância de observar a tendência e as comparações com os valores pré-operatórios, em vez de apenas observar os valores absolutos no PO de sinais vitais e parâmetros laboratoriais para uma decisão terapêutica mais satisfatória.

Palavras Chave

Gastrectomia Vertical; Sleeve; Sangramento pós-operatório; Complicações pós-operatórias