Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DAS COMPLICAÇOES EM ASSISTENCIA MEDICA E CIRURGICA NO BRASIL

Objetivo

Descrever os aspectos relativos à mortalidade por complicações de assistência médica e cirúrgica, abordando características epidemiológicas.

Método

Trata-se de um estudo descritivo transversal, com dados secundários publicados pelo Ministério da Saúde através do DATASUS e extraídos do Sistema de Internações Hospitalares do SUS, sobre o país. Foi selecionado um período de 10 anos (entre 05/2010 e 05/2020). Os dados compreenderam o serviço público e privado e os casos registrados como CID-Y40 a Y84 (complicações de assistência médica e cirúrgica), em caráter de urgência. As variáveis coletadas foram: internações, custo total, óbitos e taxa de mortalidade e foram especificados quanto a faixa etária, a região e a unidade da federação. Para a tabulação das informações, foram utilizados o TABNET e o Microsoft Excel versão 1908, nos quais elas foram formatadas em planilha e transformadas em banco de dados. As variáveis foram analisadas considerando os números absolutos e relativos (percentual).

Resultados

Foram registrados 267.666 internações e 9.764 óbitos (3,65%) no Brasil, de 05/2010 a 05/2020, devido a complicações em assistência médica e cirúrgica. Quanto a taxa de mortalidade, houve prevalência na região Nordeste, com 57.039 internações e 2.290 óbitos (4,01%), e, por último, na região Norte, com 8.095 internações e 200 óbitos (2,47%). Quanto aos custos totais por região, têm-se que o conjunto equivaleu a R$471.296.815,60, sendo que a região Sudeste foi a que mais gastou, com um custo de R$285.596.091,69 (60,6%), e a região Norte a que menos, com um custo total de R$10.319.054,41 (2,18%). Quanto a análise por faixa etária, tem-se que, embora o número de internações tenha sido maior na faixa etária entre 50 e 59 anos (39.576), o custo total foi maior na faixa etária entre os 60 e 69 anos (R$88.493.169,69). O número de internações foi menor na faixa etária de menor que 1 ano (3.708), porém atingiu a maior média por internação (R$3.773,17), e custo total de R$13.990.930,10. Já o valor total foi menor entre as crianças entre 5 e 9 anos, sendo de R$5.845.993,67, atingindo o menor valor médio por internação (R$843,46). Em relação à taxa de mortalidade, a maior foi no grupo de 80 anos ou mais que atingiu 9,69%, sendo o número total de óbitos (NTO) de 1.628, enquanto a menor foi na faixa etária de 5 a 9 anos, sendo de 0,46% (NTO de 32). Por fim, embora tenha ficado em terceiro em relação à taxa de mortalidade (5,58%), o grupo de 60 a 69 anos obteve o maior NTO, chegando a 2.050.

Conclusões

O presente estudo mostra que a taxa de mortalidade por complicações médicas e cirúrgicas no Brasil é mais prevalente na região Nordeste e nos idosos a partir de 80 anos. Em contraponto, é menos na região Norte e na faixa etária de 5 a 9 anos. Associado a isso, observa-se que essas complicações possuem importante caráter dispendioso por atingir majoritariamente uma população economicamente ativa (50-59 anos), o que torna necessário a implementação de protocolos mais seguros para redução de complicações.

Palavras Chave

Complicações; Mortalidade; Custos; Cirurgia

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Bahia - Brasil

Autores

Ana Carolina Silva Kipper, Beatriz Silva Silveira, Brenda Luiza Sousa Sanches, Gabriela Malta Coutinho, Tauá Vieira Bahia