Dados do Trabalho
Título
EPIDEMIOLOGIA DAS FISTULAS ANORRETAIS: ANALISE DA PREVALENCIA DA LOCALIZAÇAO DOS ORIFICIOS EXTERNOS NAS FISTULAS ANORRETAIS
Objetivo
Analisar a localização do orifício externo das fístulas e ampliar o conhecimento sobre a doença, sua epidemiologia e relação com hábitos de vida.
Método
Foram analisados de maneira retrospectiva 63 prontuários de pacientes no período de 2014 a 2017, submetidos a fistulectomia como tratamento cirúrgico no serviço de Coloproctologia da Santa Casa da Misericórdia de Santo Amaro - SCMSA. Analisadas as variáveis quanto à idade, cor, sexo, hábitos de vida, comorbidades (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemia) e localização do orifício externo. Excluiu-se do trabalho as fístulas decorrentes de DII (doença de inflamatória intestinal), corpo estranho, doenças específicas como Tuberculose, HIV, tumores, fístulas complexas e de origem traumática.
Resultados
A distribuição quanto ao sexo foi de 50 pacientes do sexo masculino (79,4%) e 13 do sexo feminino( 20,6 %), com idade média de 44,4 anos e 38,2 anos respectivamente, assim como a mediana de 44 e 35. Quanto à distribuição da cor , tivemos 11 brancos(17,5%) e 52 não brancos(82,5%). Dos quais das 13 mulheres presentes no estudo 5 eram brancas e dos 50 homens apenas 6 eram brancos. Esse dado nos deu um p significativo, p= 0,0398, o qual afirma que a porcentagem de pacientes brancos entre as mulheres(38,5%) é significativamente maior do que a observada entre os homens(12,0%).
Em relação aos hábitos de vida e comorbidades, os valores foram pequenos e nenhum deles foram significantes estatisticamente. A distribuição quanto a localização do orifício externo tem uma maior prevalência na região anterior, sendo o quadrante anterior esquerdo o mais acometido. Quando há comparação entre a exteriorização das fístulas no quadrante anterior esquerdo em relação às outras áreas, tem-se que 31,7% das fístulas se exteriorizam no QAE, um valor substancial. Acreditava-se que a distribuição das exteriorizações das fístulas fossem homogêneas em todos os quadrantes. Todavia, a relação entre a distribuição das exteriorizações observadas, quando comparada a esperada, mostrou que esse processo não acontece de forma igualitária em todos os quadrantes, sendo o valor de p menor que 0,0001, ou seja, um valor significativo estatisticamente
Conclusões
Houve prevalência da doença em homens de meia idade e em não brancos. A localização do orifício externo foi mais frequente no quadrante anterior esquerdo (QAE). Não houve correlação entre a frequência de fístulas com comorbidades e etilismo. Apesar de baixa a incidência e a mortalidade da doença, a presença de fístulas perianal e, até mesmo, sua recidiva podem causar grande morbidade ao paciente. Ainda ficaram questionamentos a serem estudados e elucidados e sabemos que por se tratar de uma doença complexa, o seu tratamento só poderá ser melhorado se soubermos cada vez mais sua fisiopatologia. Assim novos estudos devem ser feitos para melhor compreensão da patologia e para desenvolvimento de melhores e mais eficientes tratamentos
Palavras Chave
Fístulas anorretais. Coloproctologia. Epidemiologia
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
SANTA CASA DA MISERICORDIA DE SANTO AMARO - São Paulo - Brasil
Autores
RAFAELA SOUZA NOVO, ORLANDO CONTRUCCI FILHO, CARLA MICAELE FREITAS, BARBARA HENRIQUETA DUARTE