Dados do Trabalho


Título

ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO SECUNDARIO A FISTULA COLECISTOCOLICA: RELATO DE CASO.

Introdução

Fístulas bilioentéricas são raras e representam 0,15 a 4,8% das operações do trato biliar. As fístulas colecistoduodenais são mais comuns e correspondem a 70% dos casos, enquanto as fístulas colecistocólicas cerca de 10 a 20%. A maioria das fístulas colecistocólicas são diagnosticadas apenas durante o ato cirúrgico e, em geral, resultam de um quadro de colelitíase crônica. Apresentamos o caso de um paciente com diagnóstico de abdome agudo obstrutivo de etiologia biliar e fístula colecistocólica diagnosticada por tomografia (TC).

Relato de Caso

Paciente com quadro de dor e distensão abdominal há 5 dias e parada da eliminação de fezes e flatos há 3 dias associados a náuseas. Não apresentava icterícia, colúria ou acolia fecal. Sem antecedentes pessoais de colelitíase ou cirurgias abdominais prévias. Relatava hipertensão e diabetes. Ao exame encontrava-se em bom estado geral, anictérico, com abdome distendido e doloroso à palpação difusa, sem sinais de peritonite ou massas palpáveis.

A radiografia de abdome evidenciava distensão periférica com haustrações de padrão colônico, ausência de pneumoperitônio ou aerobilia. Realizou-se tomografia de abdome que demonstrou a presença de fístula colecistocólica em flexura hepática de cerca de 2,5 centímetros (cm) associada a presença de cálculo de configuração piramidal de 5,0 cm de diâmetro impactado em cólon sigmoide.

O paciente foi submetido a laparotomia exploradora e enterolitotomia em flexura do cólon sigmoide com rafia primária do cólon. Optou-se por abordagem da fístula em segundo tempo, no qual foi realizada a colecistectomia aberta a Torek, correção da fístula e confecção de transversostomia em alça devido a friabilidade dos tecidos adjacentes.

Discussão

Raros casos foram relatados com o cálculo biliar impactado na porção retossigmoide causando obstrução do cólon devido à fístula colecistocólica. A maior parte dos casos se apresenta com dor abdominal, náusea, perda de peso, diarreia, sintomas dispépticos e raramente esteatorreia, enterorragia e sintomas relacionados ao trato biliar.

Os principais métodos diagnósticos incluem radiografia de abdome, ultrassonografia abdominal, enema opaco, cintilografia biliar, colangiopancreatografia retrógrada endoscópica e tomografia de abdome. Na literatura, poucos casos se apresentaram com abdome agudo obstrutivo e o diagnóstico foi realizado somente no intraoperatório.

O tratamento de escolha consiste na realização de colecistectomia convencional associada ao fechamento da fístula. Atualmente, a videolaparoscopia pode ser considerada desde que haja disponibilidade de recursos e experiência da equipe cirúrgica.

Palavras Chave

Colelitíase
Fístula Biliar
Fístula intestinal
Obstrução Intestinal

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

Universidade Estadual de Londrina - Paraná - Brasil

Autores

Isabele Alves Chirichela, Daniel Miguel Mauro, Vanessa Baioco, Bianca Miyazawa, Emanuel Gois Junior