Dados do Trabalho


Título

EVISCERAÇAO VAGINAL: UMA EMERGENCIA CIRURGICA RARA.

Introdução

A evisceração de intestino delgado via vaginal é uma causa rara de emergência cirúrgica que requer rápida intervenção devido ao risco de isquemia intestinal. Foi primeiramente descrita em 1864 por Hyernaux, com pouco mais de 100 casos descritos até o momento.
Destes 73% estão relacionados a cirurgia ginecológica previa, e 70% a pacientes em pós menopausa. Em mulheres no menacme está associada com trauma vaginal pós coito ou obstétrico. Fatores de risco incluem a associação entre fragilidade do assoalho pélvico e aumento da preção intra-abdominal. Pode ser procedida por trauma vaginal devido a coito, introdução de corpo estranho ou trauma obstétrico.
O presente caso apresenta mulher de 32 anos, que procurou o pronto socorro devido evisceração intestinal pela vaginal, após episódio de vômitos, tendo realizado histerectomia total via vaginal 06 meses antes.

Relato de Caso

Mulher, 32 anos, procura serviço de pronto socorro de hospital particular de São Paulo, durante as primeiras horas da manhã, devido a náusea e múltiplos episódios de vômitos, seguido de dor abdominal intensa. Refere alimentação gordurosa e abundante na noite anterior, apresentado episódios de náusea e vômitos durante a madrugada. Sentiu forte dor abdominal seguido de pressão em períneo, simulando vontade de evacuar. Ao se sentar em vaso sanitário, notou protrusão vaginal.
Paciente sem comorbidades, não fazia uso de medicação continua. Nulípara, sem abortos anteriores. Havia realizado histerectomia total via vaginal em outro serviço, seis meses antes, por suspeita oncológica, negativa após exame histopatológico, sem demais cirurgias previas. Nega relação sexual nos 07 dias anteriores.
Na entrada paciente estava estável hemodinamicamente, exame físico abdominal sem alterações significativas além de desconforto, exame de região perineal apresentava alças de intestino delgado se exteriorizando por óstio vaginal externo, sem sinais aparentes de sofrimento de alças ou sangramento.
Realizado Ultrassonografia (USG) com Doppler que identificou viabilidade de alças. Paciente foi avaliada pela equipe de cirúrgica geral que indicou redução manual e reparo em centro cirúrgico imediato.
Paciente submetida a anestesia geral e sedação. Colocada em posição ginecológica, alças intestinais foram recobertas com compressas com soro aquecido e gentilmente realizada redução manual, com leve pressão em direção a cavidade abdominal. Após redução, foi introduzido especulo vaginal para inspeção. Observada deiscência de cúpula vaginal com abertura dos pontos de histerectomia previa. Realizado reparo. Paciente recuperou função intestinal apresentando evacuação em terceiro dia de pós-operatório. Recebeu alta no quinto dia de internação e segue em acompanhamento ambulatorial, apresentando boa recuperação.

Discussão

A evisceração vaginal é uma condição rara, porém com alto risco de isquemia dos órgãos eviscerados e uma gama de outras complicações, tornando esta condição uma emergência cirúrgica.

Palavras Chave

EVICERAÇÃO VAGINAL ; PROLAPSO INTESTINAL VIA VAGINAL ;

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

REDE D´OR SÃO LUIZ - São Paulo - Brasil

Autores

Marina Carla Gimenez, Mario Perez Gimenez, Giancarlo Ciongoli, Jose Ciongoli, Kellen Michellini