Dados do Trabalho


Título

VOLVO DE CECO - RELATO DE CASO

Introdução

O volvo de ceco é um tipo de rotação instestinal, podendo levar a uma suboclusão ou oclusão da luz do intestino. A incidência dessa condição é cerca de 2,8 a 7,1 por milhões de pessoas ano, perfazendo 22% dos volvos colônicos, e ocasionando 1 a 1,5% das obstruções intestinais em adultos.
No exame o paciente pode apresentar dor súbita, hipertimpanismo, distensão abdominal e até mesmo massa palpável. Caso não diagnosticado e tratado pode levar a perfuração intestinal e sepse.
O caso relatado tem por objetivo ressaltar a importância desta condição e do diagnóstico diferencial, para a realização de tratamento em tempo adequado.

Relato de caso

Paciente do sexo feminino, 55 anos, chega no serviço do Hospital Estadual Vila Alpina, queixando-se de dor abdominal difusa, súbita há 1 dia, associada a distensão abdominal. Relata dor em aperto, sem fatores de melhora, mais intensa em mesogastro. Associado ao quadro de dor abdominal, apresentou episódios de vômitos e parada de eliminação da gazes e fezes há 1 dia.
Nega episódios prévios anteriores, nega comorbidades e uso de medicação contínua. Nega cirurgias prévias e alergias. Ao exame físico encontrava-se em bom estado geral, com abdome globoso, flácido, ruído hidroaéreo aumentado, timbre metálico, doloroso a palpação de mesogastro e flanco direito, sem sinais de peritonite. Apresentava distensão assimétrica com massa palpável em mesogastro. No toque retal via-se ampola vazia.

Discussão

Existem três tipos de volvo cecal: Tipo I: volvo de ceco axial. Se desenvolve a partir da torção axial no sentido horário ou torção do ceco ao longo do seu eixo longo. O ceco volvulizado permanece no quadrante inferior direito.Tipo II: desenvolve-se a partir de uma torção do ceco, ou do ceco e íleo terminal, resultando na realocação do ceco para um local ectópico. A maioria tem uma rotação nos entido anti-horário. Tipo III: bascula cecal envolve a dobra para cima do ceco, em vez de uma torção axial.
Os volvos cecais do tipo torção (I e II) são mais comuns, representando aproximadamente 80% de todos os casos.
O tratamento dos pacientes é principalmente cirúrgico. A redução não-operatoria do volvo de ceco raramente é bem sucedida, inferior a 5 %, e pode causar perfuração, portanto não deve ser tentado.
No ato cirúrgico, os pacientes que não possuem comprometimento instestinal devem primeiro ter o volvo destorcido. Em pacientes hemodinamicamente estáveis, segue-se para uma ressecção ileocecal ou uma colectomia direita, já em pacientes isntaveis, cecopexia (sutura do colon direito remanescente no peritônio posterior, para reduzir o risco de volvo recorrente)
Pacientes com comprometimento instestinal (isquemia, necrose ou perfuração) não devem ter seu volvo destorcido para evitar lesões de reperfusão, bacteremia e sepse. Devem ser submetidos a ressecção da porção acometida, seguido por uma anastomose ileocolonica se o paciente estiver estável, ou ileostmia terminal se instabilidade.

Palavras Chave

Volvo de ceco, rotação intestinal, obstrução intestinal, dor abdominal

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

Hospital Estadual Vila Alpina - São Paulo - Brasil

Autores

Cristiani Comparetti Janoti , Mário Luiz Quintas , Octacilio Martins Júnior , Marcos Eugênio Mazarin , Beatriz Tebaldi