Dados do Trabalho


Título

TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL (GIST) : RELATO DE CASO

Introdução

O GIST é um tumor raro do trato gastrointestinal (TGI) cuja sigla em inglês se refere a GastroIntestinal Stromal Tumors. Corresponde a 1-3% de todos os tumores do TGI e representam 80% dos tumores mesenquimais do trato digestivo. As células precursoras destes tumores são intersticiais de Cajal, situadas na parede do trato TGI. Uma característica marcante do GIST é que esse tipo de tumor costuma apresentar uma mutação no gene KIT. O GIST pode se originar em qualquer órgão do trato gastrointestinal, porém em 50 a 60% dos casos é proveniente do estômago, 20% a 30% do intestino delgado, 10% do intestino grosso (cólon), 5% do esôfago e 5% de outros locais da cavidade abdominal.

Relato de Caso

M.A.F.S., masculino, 50 anos, história de etilismo inveterado, no ambulatório queixou de dor abdominal após alimentação em episódios não frequentes há 3 anos. Negou no período alterações de hábito intestinal, náuseas, vômitos. Relatou piora do quadro há 1 mês, febres ocasionais e perda ponderal de 10kg em 1 semana. Exame físico: icterícia, hipocorado, abdome com massa palpável dolorosa que estendia do quadrante superior direito até o quadrante esquerdo, e inferiormente até a fossa ilíaca direita.

Exame CA125: 368,9. TC de abdome: volumosa formação expansiva heterogênea junto ao rebordo hepático inferior adjacente até cerca de 26,5 x 11,1 cm nos seus maiores eixos, em íntimo contato com o parênquima hepático. A referida formação se estende até a fossa ilíaca direita.

O paciente foi encaminhado para internação hospitalar e procedeu-se a realização de biópsia cirúrgica com retirada de fragmentos da massa abdominal e linfonodo adjacente. Recebeu alta hospitalar com retorno ambulatorial.

O resultado da biópsia concluiu: aspectos morfológicos e imuno-histoquímicos de GIST maligno com áreas de necrose tumoral, cujo sítio primário pode ser tanto abdominal quanto no trato gastrointestinal. Imuno-histoquímico: CD 117 / c-KIT (diluição 1:10) Positivo Difuso.

Devido a irressecabilidade tumoral no momento optou-se por seguimento com a oncologia e abordagem quimioterápica inicial com a possibilidade de redução do volume tumoral e posterior cirurgia ressecável a depender das condições.

Discussão

A escassez dos sintomas e curso insidioso relacionado ao GIST, associado à procura não precoce de assistência adequada foram determinantes para a apresentação de tumor volumoso no caso em questão. O quadro clínico do GIST é bastante variável, podendo ser diagnosticado em função de massa abdominal palpável, em achado de exame de imagem ou endoscópico.

Atualmente, o diagnóstico e o estadiamento destes tumores são feitos pelo estudo ultraestrutural e imunohistoquímico, uma vez que, do ponto de vista histológico, deve-se fazer diagnóstico diferencial com outros tumores epiteliais do trato gastrointestinal. Na literatura a positividade para CD117 varia ao redor de 95-98%. O sítio primário não foi estabelecido pela ausência de outros exames e irressecabilidade tumoral.

Palavras Chave

GIST; Tumor estromal gastrointestinal; GIST volumoso; Tumores mesenquimais;

Área

ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

HOSPITAL MUNICIPAL WALTER FERRARI - São Paulo - Brasil

Autores

Tadeu Gomes Corrêa, Marcelo Kassouf, Karen de Freitas Gasparotto, Vinicius Chiarelli Guarnieri