Dados do Trabalho


Título

MANEJO DE PSEUDOCISTO PANCREATICO

Introdução

Pseudocistos pancreáticos são coleções encapsuladas de tecidos peripancreáticos, classificados como complicações dos quadros de trauma e pancreatite aguda ou crônica e diferenciam-se dos outros tipos de coleções por possuir parede fibrótica definida, quantidade mínima ou nenhuma de necrose e compostas por enzimas pancreáticas. Sua incidência é baixa e mais frequente no sexo masculino, apresentando sintomas inespecíficos e invariavelmente associados ao histórico de pancreatite e achados em exames de imagem. O diagnóstico é feito com tomografia computadorizada, porém não distingue lesões císticas e neoplásicas e, nestes casos, indica-se o ultrassom endoscópico (EUS) associado a aspiração por agulha fina (PAAF) e análise laboratorial. A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) também é útil para estratégia de drenagem e a ecografia transabdominal com Doppler permite a prevenção de complicações e tratamento intervencionista. O manejo do quadro depende da etiologia e presença de sintomas, sendo comum a resolução espontânea. A presença de sintomas ou complicações indicam intervenção, sendo os métodos endoscópicos a forma de abordagem preferida, seguidos de drenagem cirúrgica laparoscópica.

Relato de Caso

G.S.D., 66 anos, masculino, dá entrada no HCSV devido alteração laboratoriais e dor abdominal em hipocôndrio e flanco direito há 4 dias, em queimação e associado a constipação, náuseas, êmese e febre não aferida. Negava comorbidades, vícios, uso de medicamentos e referia internação prévia devido pancreatite aguda. Ao exame físico, apresentava dor e sinais de defesa à palpação em hipocôndrio, flanco, fossa ilíaca esquerda e epigástrio. Em laboratoriais, apresentava DHL 348 U/L, PCR 18,8 mg/dL, amilase 202 U/L e lipase 871 U/L, sem demais alterações. Realizado USG e TC de abdome, identificando formação cística comprimindo cauda do pâncreas e grande curvatura gástrica; sendo aventada a hipótese de pseudocisto pancreático. Foi realizada drenagem percutânea guiada por TC e, após procedimento, paciente evoluiu estável.

Discussão

Os pseudocistos são na sua maioria assintomáticos e associados a pancreatite crônica. O diagnóstico é feito preferencialmente por antecedentes positivos e triagem com exames de imagem, sendo a USG o primeiro exame utilizado na confirmação, associada a TC para drenagem terapêutica. Embora a cirurgia e a terapia percutânea sejam formas tradicionais, ambas perdem espaço para a drenagem com EUS, que permite acesso seguro e com menos complicações. A indicação da aspiração percutânea é razoável para pacientes com coleções de fluidos grandes, o que justifica a opção por este método pela equipe cirúrgica. A técnica mais moderna é a colocação de stent metálico auto-expansível por EUS (LASEMS) para drenagem por via transgástrica, com taxa de complicações mínimas e demonstrando ser terapêutica inovadora e eficaz. O paciente apresentado evoluiu favoravelmente, graças à intervenção pronta e à ausência de complicações.

Palavras Chave

Pseudocisto pancreático
Manejo
Tratamento

Área

PÂNCREAS

Instituições

Faculdade de Medicina de Jundiaí - São Paulo - Brasil

Autores

Rodolfo Mazula Cora, Ana Luiza do Paço Baylão, Giulia Rocha Carchedi, Larissa Luhi Lin, Isabella Versiani Martins Rocha, Alexandre Venâncio de Sousa, Gabriela Santos Teixeira