Título

CARCINOMA UROTELIAL DE TRATO URINARIO SUPERIOR

Introdução

Tumores uroteliais de pelve renal e de ureter são raros e correspondem a aproximadamente 5% das neoplasias uroteliais, e entre 5 a 7% das renais, sendo 17 vezes menos frequentes do que tumores de bexiga. São mais frequentes na pelve que no ureter, onde há mais envolvimento distal, seguido das porções média e proximal. As causas dos tumores uroteliais altos aparentam ser as mesmas dos tumores uroteliais de bexiga. Exposição a tabaco, analgésicos e agentes químicos industriais, como derivados de indústrias de borracha e de têxteis, são considerados fatores de risco. Este relato tem como objetivo descrever um caso de carcinoma urotelial em porção distal de ureter e pleitear a respeito do tratamento.

Relato de Caso

Paciente masculino, 68 anos, natural e residente de Campos dos Goytacazes-RJ, compareceu ao ambulatório queixando-se de hematúria macroscópica intermitente e indolor há 3 meses. Relata suspensão de tabagismo há 20 anos, carga tabágica de 60 maços/ano. O exame físico procedeu-se sem comemorativos, EAS com hematúria macroscópica e, exames laboratoriais com ureia de 33 mg/dL e creatinina de 0,8 mg/dL. Foi solicitado ultrassonografia (US) renal e de vias urinárias e ressonância magnética (RNM) de abdome e pelve. Em US, encontrou-se dilatação pielocalicial em rim esquerdo com afilamento do parênquima e rim direito normal. Em RNM, lesão infiltrativa no terço distal do ureter esquerdo, após cruzamento com vasos ilíacos; rim ipsilateral com características de exclusão funcional e linfadenomegalia em cadeia ilíaca externa esquerda, com aspecto neoplásico secundário. Assim, foi encaminhado para realização de cistoscopia e ureteroscopia com biopsia, sendo diagnosticado carcinoma urotelial de alto grau. Logo, com estadiamento TNM T3 N1 M0, indicou-se tratamento cirúrgico com Nefroureterectomia radical videolaparoscópica mais linfadenectomia retroperitoneal esquerda.

Discussão

Carcinomas uroteliais representam 90% dos tumores do trato urinário superior. A morfologia é similar à dos tumores do trato urinário inferior, com graduação histológica em tumores de baixo e de alto graus. O grau da lesão e seu estadiamento patológico são os principais fatores prognósticos. Os principais sinais e sintomas dos tumores uroteliais do trato urinário alto incluem hematúria macroscópica em 60 a 75% dos pacientes, dor lombar em 30 a 40% e raramente massa palpável. Neste caso, como na maioria das neoplasias de trato urinário superior, a técnica cirúrgica empregada permitiu ressecção do rim, ureter e da porção vesical periureteral; além da linfadenectomia retroperitoneal favorecendo bons resultados no pós-operatório.

Palavras Chave

Carcinoma urotelial; Pelve renal; Ureter.