Dados do Trabalho
Título
TRATAMENTO DE FRATURA MULTIFRAGMENTADA DA DIAFISE DA CLAVICULA PELA OSTEOSSINTESE MINIMAMENTE INVASIVA COM PLACA DE RECONSTRUÇAO 3,5 MM: RELATO DE CASO
Introdução
A fratura da clavícula ocorre geralmente na região diafisária e durante a prática desportiva. Acomete principalmente pacientes do sexo masculino, antes dos 40 anos e sem comorbidades. Existe grande variedade de métodos para tratamento de fraturas e, com o avanço da ortopedia, são aperfeiçoadas e/ou descobertas técnicas menos agressivas e com menores taxas de complicações, como a osteossíntese minimamente invasiva (MIO) com placas. A técnica envolve menor exposição cirúrgica e conservação da vascularização do osso, favorecendo a consolidação óssea e diminuindo o risco de infecções e de refratura.
Relato de Caso
MT, 14 anos, estudante, sem comorbidades, encaminhado ao Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora após relato de queda de skate em 08/05/2020, com trauma direto em ombro direito. Escoriações em dorso e ombro direito, em uso de tipoia em membro superior direito (MSD). Permaneceu internado por 7 dias devido à fratura cominutiva em terço médio da clavícula direita, com desvio (Robinson 2B2). Dor bem controlada com uso de dipirona. Sem demais queixas. Para correção da fratura, paciente foi anestesiado com bloqueio regional do plexo braquial e anestesia geral, posicionado em cadeira de praia. Radioscopia auxiliar para escolha do implante. Realizada manobra de redução indireta da fratura. Duas incisões de 2 cm distando 1 cm da margem medial e da lateral, para passagem do implante. MIO por uso de placa de reconstrução de 3,5mm, fixação de 6 parafusos corticais (3 mediais e 3 laterais ao foco da fratura). Procedimento sem intercorrências. Verificada redução e posicionamento final. Recebe alta um dia após cirurgia, com prescrição de analgesia e orientações para mobilização do MSD. Encontra-se em acompanhamento no ambulatório de ortopedia dessa unidade para seguimento do caso.
Discussão
Fratura do terço médio da clavícula do tipo 2B2, segundo Robinson, geralmente é proveniente de traumas de alta energia ou durante a prática desportiva. Escolhida a técnica MIO adaptada segundo Jung et al.(2013), a qual não costuma ser utilizada no Brasil, porém mostrou-se satisfatória para esse tipo de fratura no estudo de Junior(2019). A técnica demonstrou bons resultados clínicos e radiográficos, boa amplitude de movimento do ombro e força, além de elevada taxa de consolidação das fraturas. A MIO é benéfica pois segue os princípios de osteossíntese biológica, o que contribui para consolidação. Além disso, ela utiliza menores incisões, em comparação com a técnica de redução aberta e fixação interna (RAFI), o que evita deiscência, infecção e pseudoartrose. Foi utilizada placa de reconstrução de 3,5 mm não bloqueada, pois, além de não haver evidência clínica que desabone seu uso, ela é amplamente disponível no sistema público de saúde, além de ser modelável, o que favorece sua adaptação às variadas formas de clavícula. A cirurgia obteve resultado satisfatório, o que corrobora outros estudos, indicando que esse tipo de técnica pode ser empregada mais amplamente no Brasil.
Palavras Chave
Clavícula; Traumatologia; Fixação de Fratura; Próteses e Implantes.
Área
TRAUMA
Instituições
Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil
Autores
Ana Luíza de Castro Carvalho, Ana Luísa Scafura da Fonseca, Bruna Gomes de Souza, Érika de Lima Souza, Giovanna Rissato de Souza, Marcos Paulo Paro