Dados do Trabalho
Título
ENSINO DE CIRURGIA NA GRADUAÇAO DURANTE A PANDEMIA: MARCOS LEGAIS, LIMITAÇOES E INOVAÇOES
Objetivo
Analisar as alterações ocorridas no ensino de cirurgia no curso de graduação em medicina de uma faculdade, provocadas pela pandemia de Covid-19 e seus possíveis impactos no processo de ensino-aprendizagem e formação médica
Método
Foi analisada a legislação regulamentadora na área educacional e administrativa, exaradas por órgãos federais (Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e Presidência da República), órgãos estaduais (Secretaria Estadual de Saúde, Ministério Público Estadual e Governo do Estado de São Paulo) e pela faculdade (Núcleo Docente Estruturante, Colegiado de Curso, Conselho de Administração Superior, Coordenação de Curso, Diretor da Faculdade e responsáveis pelas disciplinas). Em seguida, analisou-se o plano de contingência para a retomada das atividades acadêmicas dos pontos de vista sanitário e pedagógico.
Resultados
Num primeiro momento, as atividades acadêmicas foram suspensas. Com a permissão do MEC, as atividades teóricas puderam ser ministradas de modo remoto e síncrono. Houve a necessidade de treinamento do corpo docente, corpo discente e funcionários para este tipo de atividade. Foram feitas adaptações dos conteúdos e das metodologias empregadas na faculdade para a atividade remota. A aplicação de atividades práticas de forma remota, embora permitida por legislação específica, não foi possível em disciplinas que envolviam treinamento de habilidades manuais. As disciplinas que melhor se adaptaram ao ensino remoto foram as de clínica cirúrgica ministradas por metodologias que se adequaram a esta modalidade (PBL, TBL, discussão de casos clínicos e aulas teóricas), simulação realística e de uma forma geral, as das ciências básicas. As que tiveram adaptação impossível de serem implantadas foram as de técnica cirúrgica e a parte prática do internato em cirurgia. A reposição das atividades que não foram possíveis de serem contempladas no modo remoto será feita tão logo a classificação de risco da região permita. Entretanto, o retorno às atividades deverá ser pautado por rígidas normas sanitárias e turmas menores a fim de mitigar o risco de infecção pelo novo Coronavírus. Embora a faculdade adote avaliações realizadas por dispositivos eletrônicos, houve a percepção de que feito de modo remoto, sem ajuste de temporizador, ocorreram elevação da média final dos alunos, incompatível com o desempenho apresentado no desenvolvimento das atividades das disciplinas.
Conclusões
A pandemia serviu como acelerador de mudanças que eram usadas em diversos cursos superiores mas que enfrentavam resistência em sua aplicação no curso de medicina. Com o isolamento social, a faculdade foi obrigada a lançar mão de novas tecnologias para desenvolver suas atividades acadêmicas. Na área da cirurgia, houve boas adaptações e situações onde não puderam ser aplicadas. As avaliações ainda devem ser aperfeiçoadas. Os próximos meses servirão para consolidação de novos caminhos para o ensino da cirurgia na graduação.
Palavras Chave
ensino em cirurgia, pandemia, ensino remoto
Área
EDUCAÇÃO MÉDICA
Instituições
FACERES - São Paulo - Brasil
Autores
João Pedro Daher Anbar, Toufic Anbar Neto, Isabela Daher Anbar, Denise Daher Anbar, Patrícia Maluf Cury, Raphael Raphe, Felipe Colombelli Pacca