Título

RELATO DE CASO: PSEUDOANEURISMA DE ARTERIA CISTICA POS COLECISTECTOMIA LAPAROSCOPICA

Introdução

Pseudoaneurisma é um defeito da parede vascular levando a um hematoma extravascular que se comunica livremente com o espaço intravascular. A localização desta patologia na artéria cística se apresenta de uma forma rara, e foram relatados menos de 25 casos na literatura.
Sua principal etiologia são causas inflamatórias, como a colecistite ou pancreatite, e também trauma iatrogênico de uma colecistectomia, a principal causa desta patologia

Relato de Caso

Paciente sexo feminino de 52 anos, deu entrada no Pronto Socorro em fevereiro de 2020, referindo dor abdominal com piora há 1 dia. Paciente submetida a colecistectomia em novembro de 2019. Uma semana antes da admissão apresentou em tomografia um novo abscesso. Foi tratada com metronidazol e ciprofloxacino por 7 dias. Nesse período evoluiu para colúria, acolia fecal, prurido e icterícia e dor abdominal de forte intensidade com irradiação para dorso associado à náuseas.
Uma colangio ressonância de abdome, a qual apresentou leve dilatação de vias biliares intra hepáticas e moderada no ducto colédoco.
Submetida a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), a qual observou-se sangramento ativo da via biliar, foi feito passagem de prótese metálica 10mm X 60mm totalmente recoberta com parada do sangramento intra-operatório com sucesso, e hipotensão com melhora após reposição volêmica.
A aortografia apresentou tronco celíaco e mesentérica inferior apresentou sangramento de grande monta com fluxo turbilhonar em artéria hepática direita com comunicação de ramo de artéria mesentérica superior (ramo de hepática direita aberrante e shunt) com sangramento franco e formação de imagem compatível com pseudoaneurisma em íntima relação com árvore biliar.
Realizou-se a colocação de microcateter e embolização de ponto de sangramento com técnica superseletiva utilizando molas para oclusão completa de sangramento. A angiografia de controle mostrou ausência de sangramento via artéria hepática ou via artéria mesentérica superior, com pseudoaneurisma excluso e boa contrastação de lobo hepático direito.

Discussão

O principal tratamento indicado é a embolização arterial do pseudoaneurisma a fim de isola-lo, possuindo uma taxa de cura acima 90% e possuindo menor complicação que a técnica cirúrgica; no entanto se o sangramento não parar deve ser feito uma ligadura cirúrgica da artéria acometida (SALDINGER, 2002; QUEIROZ 2012). Neste relato, pelo fato da paciente apresentar uma anemia grave, foi realizada a estabilização pela arteriografia seletiva, embolizando.
Existem diversas forma de se realizar uma embolização. No relato de caso de Proença foi utilizado n-butil cianoacrilato, sua escolha foi decorrente do componente ser um agente que fazia um controle hemorrágico mais rápido que outros agentes embolizantes. Já no relato de Desai em 2010, a embolização transarterial usando bobinas; técnica semelhante de Muñoz em 2015 e observou-se em ambos uma parada rápida da hemorragia.

Palavras Chave

pseudoaneurisma; arteria cistica; embolização