Título

ANEURISMA VERDADEIRO DE ARTERIA FEMORAL PROFUNDA ESQUERDA: UM RELATO DE CASO

Introdução

Aneurismas periféricos são raros e geralmente acometem as extremidades
inferiores. As artérias poplítea e femoral comum são as mais afetadas, sendo os
aneurismas de Artéria femoral profunda (AFP) correspondentes a 0,5% dos casos dos
aneurismas periféricos e 2,6% dos femorais. Por estarem localizados profundamente nos
músculos da coxa, os aneurismas da AFP são raros e facilmente ignorados. Os AFP
apresentam uma alta taxa de ruptura em comparação com outros aneurismas arteriais
periféricos, resultando em procedimentos cirúrgicos com morbidade
significativa.

Relato de Caso

Paciente, homem, 90 anos, hipertenso, ativo, vida social
plena, com queixa de dor importante em MI esquerdo, sendo diagnosticado aneurisma
verdadeiro de AFP, não trombosado. O paciente foi submetido aos 78 anos a correção
cirúrgica de aneurisma de artéria ilíaca comum direita e aos 86 anos a tratamento
endovascular de aneurisma de artéria ilíaca comum esquerda. No momento em questão,
apresentava dor em membro inferior esquerdo e foi diagnosticado através de
angiorressonância, um aneurisma de artéria femoral profunda com 4,8 cm de diâmetro.
Duplex scan arterial também evidenciou aneurismas de artéria femoral superficial e de
artéria poplítea não trombosados no membro inferior direito. Pulsos arteriais em membros
inferiores presentes. Pelo grande volume do aneurisma e efeito compressivo de estruturas
vizinhas, foi optado por aneurismectomia, com ressecção do segmento arterial acometido
(abaixo da artéria circunflexa lateral do fêmur) e ligadura da artéria femoral profunda. Após
alta hospitalar apresentou infecção de sítio cirúrgico que foi controlado com
antibioticoterapia.

Discussão

O relato de caso descrito encontra-se em conformidade com
o padrão epidemiológico e anatomopatológico considerado o mais prevalente pela
literatura. Assim, é notável que o desenvolvimento de Aneurismas verdadeiros de AFP
ocorrem principalmente no sexo masculino, aumentam a sua incidência com a idade, e 20%
a 45% dos pacientes com Aneurisma de AFP podem apresentar aneurismas coexistentes
da aorta abdominal, e artérias poplítea e femoral comum. Além disso, o diagnóstico
geralmente se dá de forma tardia devido à posição anatômica da AFP, e
consequentemente, o risco de ruptura, nesses casos, é aumentado, ocorrendo em até 44%
dos aneurismas de AFP. Nesse cenário, a intervenção cirúrgica com ou sem reconstrução
é indicada já no momento do diagnóstico. No caso descrito, foi optado pela
aneurismectomia seguida por ligadura da AFP devido à presença de pulsos arteriais nos MMII. A taxa considerável de ruptura de Aneurismas verdadeiros de AFP
demonstra a necessidade de diagnóstico e tratamento mais acelerados, devido à sua alta
morbimortalidade.

Palavras Chave

Aneurisma; Artéria femoral;