Título

DIVERTICULITE AGUDA ILEAL: RELATO DE CASO

Introdução

Os diverticulos são protrusões saculiformes da parede intestinal que ocorrem por todo trato gastrointestinal. Diverticulose jejunoileal é uma doença incomum cuja incidência varia entre 1,1 a 2,3%, sendo cinco a oito vezes mais frequente no jejuno, geralmente assintomáticos e achados incidentalmente. Embora raras, as complicações podem ser graves. A tomografia computadorizada é muito valiosa na definição do diagnóstico.

Relato de Caso

BMF, 58 anos, sexo masculino, hipertenso, diagnóstico colonoscópico de diverticulose em 2008, e quadro prévio de diverticulite (2011), situação em que foi detectado divertículo duodenal. Procurou atendimento referindo quadro de dor em região epigástrica que irradiava para quadrante inferior direito associado a distensão abdominal, há 3 dias. Hábito intestinal com fezes Bristol 2.Sem alterações urinárias, febre, vômito ou hiporexia. Ao exame físico apresentava abdome flácido, doloroso em quadrante inferior direito com sinal duvidoso de peritonite local. Realizado nova tomografia de abdome evidenciando borramento de gordura peritoneal junto ao íleo distal e válvula ileo-cecal com imagemde divertículos em região de íleo terminal com aspecto sugerindo diverticulite ileal sem sinais de complicação. Realizado tratamento com ciprofloxacino e metronidazol por 14 dias evoluindo com resolução do quadro.

Discussão

Os divertículos do intestino delgado, geralmente, são descobertos incidentalmente por serem, na maior parte das vezes, assintomáticos. Podem ser compostos apenas de mucosa e submucosa, ou de todas as camadas da parede intestinal.
A prevalência de divertículos intestinais é maior no cólon, sendo os divertículos ileais uma patologia com a prevalência mais rara. Raramente, pacientes com divertículos de intestino delgado podem ter complicações, e as mais comuns são as diverticulites, obstrução e sangramento gastrointestinal.
A causa dos defeitos jejunoileais não é completamente elucidada, mas as anormalidades no peristaltismo, a discinesia intestinal e a alta pressão intraluminal têm sido implicadas na patogênese. Na maior parte das vezes os pacientes são assintomáticos ou sintomas intermitentes de plenitude pós prandial, dor abdominal inespecífica e esporádica. Ocorre com maior frequência na população idosa e com mais frequência em homens.
Em casos de diverticulite aguda não complicada, o manejo clínico com dieta restrita e antibióticos deve ser instituído. A cirurgia é indicada em pacientes com diverticulite complicada por perfuração intestinal, fístula ou abscesso e em pacientes com sangramento gastrointestinal refratário.
Diverticulite de divertículo de íleo terminal trata-se de patologia rara, mas, dada a localização, deve entrar no diagnóstico diferencial em casos de suspeita de apendicite aguda, principalmente em pacientes idosos. No caso apresentado, foi possível elucidar o diagnóstico através de tomografia abdominal, tendo o paciente apresentado boa evolução com tratamento clínico, não necessitando intervenção cirúrgica.

Palavras Chave

Diverticulite ileal; Diverticulite de Íleo; Diverticulose ileal