Dados do Trabalho


Título

ANEURISMA DE AORTA ABDOMINAL NAO ROTO ABORDADO POR ENDOPROTESE AORTO-ILIACA COMBINADA AO BYPASS FEMORO-FEMORAL CRUZADO NO MESMO TEMPO OPERATORIO

Introdução

Devido ao desenvolvimento de endopróteses aórticas cada vez mais eficientes em aspectos técnicos (TADROS et al., 2014), as novas gerações desses equipamentos se tornaram a opção preferencial nos tratamentos de aneurismas de aorta abdominal infrarrenal, sobretudo em pacientes com risco anestésico-cirúrgico significativos (SCHERMERHORN et al., 2014). Porém, a dificuldade anatômica pode ser tamanha que outros procedimentos são necessários, como o uso do bypass femoro-femoral cruzado, exigindo habilidade do cirurgião vascular em combinar as técnicas (DEMIR et al., 2014).

Relato de Caso

A. A. S., 78 anos, masculino com antecedentes de tabagismo, marasmo e doença renal crônica não dialítica, foi admitido em 05/03/20 devido aneurisma de aorta abdominal não roto. Ao exame físico, abdome doloroso à palpação e com massa pulsátil na região mesogástrica. Foi realizada angiotomografia abdome e pelve, evidenciando aneurisma aorta abdominal infra-renal trombosado de 8,2cm diâmetro, sem sianis de dissecção e rotura, com extensão até artérias ilíacas, sendo que artéria ilíaca comum direita obstruída. A distância entre início proximal do aneurisma e artéria renal mais inferior era 1,4cm. Feito pré-operatório, realizou-se implante de bypass femoro-femoral cruzado com prótese de Dascron e endoprótese aorto-ilíaca à esquerda na mesma internação. O procedimento foi realizado com sucesso, obtendo fluxo para ambos membros inferiores e mantendo patência artérias renais.

Discussão

O uso de uma técnica endovascular combinada com cirurgia aberta para aneurismas aórticos é indicado desde aneurismas infecciosos (AMORIM et al., 2014) até aneurismas associados a rim congênito pélvico (MACHADO et al., 2015). No caso, o mais comum a ser feito é a utilização de endoprótese aorto-ilíaca bilateral, que se estende da aorta às duas ilíacas comuns. Entretanto, como a ilíaca comum direita se completamente sem fluxo sanguíneo pelo processo trombo-aterosclerótico – inviabilizando a irrigação mesmo com a prótese – optou-se pela cirurgia endovascular com prótese aorto-ilíaca unilateral à esquerda, seguida por um bypass femoro-femoral cruzado, garantindo a irrigação do membro inferior direito.
O relato evidencia que o procedimento endovascular é de extrema importância na condução terapêutica de aneurisma aórtico, principalmente para pacientes com risco anestésico-cirúrgico elevado. Todavia, existem situações em que a complexidade ultrapassa a capacidade dessa técnica, exigindo a habilidade do cirurgião em conduzir o caso. A combinação da cirurgia endovascular com procedimentos abertos, como o bypass femoro-femoral cruzado, torna-se viável e com resultados satisfatórios, devendo ser uma alternativa em situações em que a anatomia do aneurisma e do processo trombo-aterosclerótico se tornam muito complexos.

Palavras Chave

ANEURISMA AORTA ABDOMINAL
BY PASS
ENDOPROTESE

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Minas Gerais - Brasil

Autores

Vinicius Henrique Ameida Guimarães, Henrique Amorim Santos, Carolina Cassiano, AMANDA KAROLYNE BATISTA FERREIRA, ISABELLA AMORIM SANTOS, ANDERSON LUBITO DE SIMONI