Dados do Trabalho


Título

A CONTRIBUIÇAO DA CIRURGIA ENDOVASCULAR NA ONCOLOGIA: RELATO DE CASO DE PACIENTE COM NODULO HEPATICO LI-RADS 4 QUE OPTOU PELO PROCEDIMENTO MENOS INVASIVO

Introdução

As técnicas percutâneas e endovasculares são muito relevantes no tratamento de pacientes com carcinoma hepatocelular (BILBAO et al., 2017). A embolização de vasos que alimentam esse tumor é um dos procedimentos de escolha por ser minimamente invasivo e é realizado através da colocação endovascular intencional de material para induzir trombose do vaso (JESINGER; THORESON; LAMBA, 2013). Ademais, é introduzido catéter por acesso percutâneo a um vaso para atingir a neoplasia, onde são liberadas partículas sólidas, líquidos espessos ou com medicamentos que provocam a diminuição do tumor ou do fluxo sanguíneo que o alimenta (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ANGIOLOGIA E DE CIRURGIA VASCULAR, 2016). Objetiva-se descrever o caso de uma paciente submetida à embolização de tumor hepático associado à esquistossomose mansônica, bem como analisar a técnica e suas contribuições.

Relato de Caso

Paciente 65 anos, com esquistossomose mansônica forma hepatoesplênica e hipertensão portal, submetida à esplenectomia há 33 anos e em acompanhamento ambulatorial. Internada em 02/07/18 para investigação de nódulo hepático achado em US abdominal de rotina. Foi evidenciado nódulo hepático em segmento III de lobo esquerdo do fígado LI-RADS 4. Optou-se pela realização de punção aspirativa por agulha grossa (PBAG) para identificação de nódulo, porém paciente se mostrou contrária ao procedimento, recebendo alta hospitalar a pedido. Em setembro de 2019, internada para ligadura de varizes esofagianas e como alternativa para evitar a punção do nódulo, a paciente optou pela embolização do nódulo hepático sugestivo de hepatocarcinoma, a qual foi realizada em 10/10/19 via femoral direita. Os procedimentos e recuperação transcorreram sem complicações. A paciente segue em acompanhamento para avaliação da lesão.

Discussão

A embolização se destaca pelo caráter minimamente invasivo do procedimento, a possibilidade de ser realizado sob anestesia local e o mínimo sangramento intraoperatório (ZABKOWSKI et al., 2015). No caso, a paciente apresentava nódulo sugestivo de hepatocarcinoma, tendo como conduta mais adequada a PBAG, e se confirmado o tumor, hepatectomia. Contudo, procedimentos invasivos podem gerar discordância do paciente. Assim, a embolização surge como alternativa terapêutica, com baixas taxas de complicações (menores que 3%), podendo ser a escolha no combate oncológico, pois obstrui o suprimento sanguíneo do tumor, eliminando as células neoplásicas. Entretanto, a eliminação do tumor pode não ser completa, de modo que a neoplasia pode retornar e requisitar até uma intervenção aberta (CHEDID et al, 2017).
A embolização arterial quando bem indicada, tem grande probabilidade de êxito. Apesar do alto custo, necessidade de equipamento sofisticado e equipe especializada, compensa-se pela diminuição do tempo de internação e por ser um procedimento minimamente invasivo, sendo uma opção aconselhável para o paciente que se recusa a se submeter a procedimentos mais invasivos.

Palavras Chave

EMBOLIZAÇÃO
ENDOVASCULAR
ONCOLOGIA

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO - Minas Gerais - Brasil

Autores

VINICIUS HENRIQUE ALMEIDA GUIMARÃES, CAROLINA CASSIANO, HENRIQUE AMORIM SANTOS, AMANDA KAROLYNE BATISTA FERREIRA, ISABELLA AMORIM SANTOS, ANDERSON LUBITO DE SIMONI