Dados do Trabalho


Título

DESENVOLVIMENTO DE MODELO EXPERIMENTAL DE CANCER DE COLON ASSOCIADO A COLITE EM CAMUNDONGOS

Objetivo

O desenvolvimento tumoral e a carcinogênese estão entre as áreas mais estudadas de todos os tempos, no entanto, apesar de o câncer colorretal (CCR) ser a terceira neoplasia maligna mais prevalente no mundo, pouco está definido, na literatura, acerca de um dos principais subtipos desse câncer: o câncer de cólon associado à colite (CAC). Nesse sentido, não existem modelos animais descritos com vista ao desenvolvimento de novas formas de profilaxia para esta finalidade. São descritas duas linhas de carcinógenos para uso em camundongos ou ratos em pesquisas envolvendo CCR, os carcinógenos diretos e os indiretos. Os mais utilizados em ensaios para indução são Azoximetano (AMO) e seu derivado 1,2 dimetilhidrazina (DMH). Este último apresenta maior estabilidade química e altas taxas de indução tumoral, além da semelhança morfológica e histológica ao encontrado nos tumores humanos, características que justificam seu uso. Camundongos tratados com DMH apresentam, no cólon, células em estágio distintos, desde aumento proliferativo a apoptose e revelam mutação no DNA. No que diz respeito a colite, um dos modelos melhor estabelecido é o induzido por ácido acético em camundongos. Desta forma, com a utilização de ambas as drogas, parece ser possível a indução do CAC, o que poderia não apenas reduzir o tempo de obtenção do modelo de câncer de cólon per si, mas também gerar modelo para a melhoria da compreensão da patogênese e auxiliar a profilaxia do CAC. Sendo assim, objetiva-se caracterizar modelo de câncer de colón em colite inflamatória para a melhor compreensão do desenvolvimento desta patologia com vistas a profilaxia futura desta condição.

Método

Foram utilizados 24 camundongos Balb/c, divididos em 6 grupos. A administração de DMH (20mg/kg) foi feita por gavagem e ácido acético a 6% (0,02ml) por enema a depender do grupo. No grupo 1 foi administrado DMH 1x/semana por 5 semanas; no grupo 2, DMH associado a ácido acético 1x/semana, por 5 semanas. No grupo 3 o DMH 1x/semana por 10 semanas; o grupo 4 não recebeu qualquer substância; o grupo 5 recebeu gavagem de soro fisiológico por 5 semanas e o grupo 6, aplicação de enema de soro fisiológico no volume de 0,2ml por 5 semanas.

Resultados

O grupo que recebeu DMH associado a ácido acético apresentou diferentes tipos de lesões, com displasia de diferentes graus e/ou presença de criptas aberrantes, em todos os casos, já o grupo que recebeu DMH de forma exclusiva apresentou pólipos hiperplásicos, sendo que nos demais não houve desenvolvimento de lesões de cólon.

Conclusões

A administração de 1,2-dimetilhidrazina associada ácido acético é mais eficaz para indução de lesões precursores de câncer do cólon, apresentando características semelhantes as encontradas no CCR em colite inflamatória.

Palavras Chave

Colite, Neoplasias, Modelos Animais de Doenças, Neoplasias Colorretais

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Universidade São Francisco - Minas Gerais - Brasil

Autores

Mackson Martins Rocha, Anna Carolina Santos Rennó, Maria Julia Pereira Ferreira, Marina Zecchini Lopes, Maycon Giovani Santana, Giulia Carli Mendes, Denise Gonçalves Priolli