Dados do Trabalho


Título

RELAÇAO ENTRE COMPLICAÇOES POS-OPERATORIAS PRECOCES E TARDIAS COM A TECNICA CIRURGICA UTILIZADA E O IMC PRE-OPERATORIO DE PACIENTES BARIATRICOS

Objetivo

Avaliar a relação entre as complicações pós-operatórias precoces e tardias da cirurgia bariátrica com as técnicas cirúrgicas, as comorbidades e o IMC de pacientes obesos.

Método

Estudo de coorte retrospectivo com 412 pacientes de um hospital terciário de Porto Alegre, com aprovação do Comitê de Ética (CAAE: 19389219.5.0000.5335). Incluíram-se pacientes de ambos os gêneros, com idade superior a 15 anos submetidos à cirurgia bariátrica entre os anos de 2013 à 2016 e foram excluídos pacientes gestantes e com dados duplicados ou incompletos. Foram coletados dados de gênero, idade, técnica cirúrgica, índice de massa corporal pré-operatório (IMC PRÉ-OP), tempo de internação, internação em unidade de terapia intensiva (UTI), comorbidades PRÉ-OP e complicações pós-operatórias (PÓS-OP) precoces (<30 dias) e tardias (>30 dias e <1 ano). Dados foram expressos em média e desvio padrão ou percentual e frequência conforme a variável. Para avaliação da associação de complicações PÓS-OP precoces e tardias com as demais variáveis coletadas utilizou-se o teste Qui-Quadrado. Adotou-se o nível de significância de 5%.

Resultados

Dos 412 pacientes, foram excluídos 2 por duplicidade, 7 por gestação e 57 por dados incompletos, totalizando n=346. A amostra foi composta por 76,3% (n=264) mulheres, com idade média de 36,71±9,48 anos, IMC médio PRÉ-OP de 44,13±8,62 kg/m2 e 63,6% (n=220) eram obesos grau III/mórbidos. Quanto às comorbidades, 15,3% (n=53) eram diabéticos, 40,5% (n=140) eram hipertensos e 35% (n=121) eram dislipidêmicos. A técnica cirúrgica bariátrica de by-pass gástrico em Y de Roux foi realizada em 77,7% (n=269/n=341) e 93,1% (n=322/n=335) dessas cirurgias foram realizadas por vídeo. O tempo médio de internação foi de 4,98±1,39 dias e 6,9% (n=24) internaram na UTI. Complicações precoces no PÓS-OP ocorreram em 6,9% (n=24/n=338) dos pacientes, destaca-se 2,0% (n=7) estenose, 1,4% (n=5) atelectasia, 0,6% (n=2) trombose venosa profunda e 0,6% (n=2) hemorragia. Complicações tardias no PÓS-OP ocorreram em 7,8% (n=27/n=333) dos pacientes, destaca-se 3,8% (n=13) estenose gástrica tardia e 0,9% (n=3) úlcera péptica. A presença de complicações PÓS-OP precoces associou-se significativamente com a técnica de by-pass (p=0,046) e internação na UTI (p<0,001). Não houve associação significativa entre as complicações PÓS-OP tardias e classificação do IMC PRÉ-OP (p=0,638), diabetes (p=0,570), hipertensão (p=0,486), dislipidemia (p=0,189), técnica cirúrgica (p=0,061) e UTI (p=0,973).

Conclusões

As complicações pós-operatórias precoces e tardias ocorreram em 14,7% das cirurgias bariátricas, sendo que as complicações precoces associaram-se com a técnica de bypass gástrico e com a necessidade de internação na UTI. Porém, não foram observadas associações entre as complicações pós-operatórias tardias e as variáveis em estudo. Estudos adicionais se fazem necessários para melhorar a identificação precoce de pacientes predispostos a complicações pós-operatórias.

Palavras Chave

Cirurgia bariátrica; Complicações pós-operatórias

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE

Instituições

UFCSPA - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Armani Bonotto Linhares, Lisandra Osório da Rosa, Tales Henrique Soares Pase, Cristiane Valle Tovo, Thaís Rodrigues Moreira