Dados do Trabalho


Título

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO CIRÚRGICO DA HÉRNIA DE AMYAND – RELATO DE CASO

Introdução

Introdução: Hérnia de Amyand consiste na presença do apêndice cecal no interior do saco herniário na região inguinal. É considerada uma condição rara, pouco descrita na literatura, representando menos de 1% no contexto geral de hérnias diagnosticadas. O diagnóstico é dificultado pela correlação entre os sintomas de apendicite aguda e hérnia inguinal, sendo em muitos casos a diagnose realizada no intraoperatório.

Relato de Caso

Relato de Caso: Paciente masculino, 80 anos, previamente hígido, adentra pronto socorro do Hospital Regional de Porto Nacional com dor abdominal e tumoração inguinal encarcerada há 8 dias, com tentativa de redução manual sem sucesso e sem alterações do hábito intestinal. Ao exame físico, apresentava leve dor em fossa ilíaca direita com herniação inguinal irredutível e normalidade de outros sistemas, sendo solicitada avaliação pela cirurgia geral. Foram realizados exames de rotina para abdome agudo e internação. Apresentou exames laboratoriais inalterados, salvo leves alterações nos valores de creatinina, ureia e PCR, e radiografias de tórax e abdome sem sinais obstrutivos ou inflamatórios, optando-se pela cirurgia. No ato operatório fora submetido à inguinotomia, com identificação do saco herniário à direita e realizada sua dissecção. O cordão espermático foi isolado, constatando a presença do ceco dentro do saco herniário com apêndice necrosado, fechando diagnóstico intraoperatório de hérnia de amyand, com perfuração na ponta do apêndice e extravasamento de conteúdo. Procedeu-se com apendicectomia, ligadura da base e invaginação do coto apendicular, herniorrafia com colocação de tela, revisão da hemostasia e fechamento por planos, com inserção de dreno de penrose e curativo compressivo. Paciente evoluiu bem.

Discussão

Discussão: A apresentação clínica da Hérnia de Amyand pode ser inespecífica, associada ou não a uma apendicite aguda. Predomina em suas avaliações o abaulamento doloroso na região inguinal em 100% dos pacientes das casuísticas avaliadas. Na literatura há discordâncias entre autores, sendo que alguns afirmam que a apendicectomia aumenta a resposta inflamatória, o risco de infecção de sítio cirúrgico, e a agressão aos tecidos adjacentes. Por outro lado, outros argumentam que esta, quando não realizada, acrescenta um risco de apendicite aguda posterior e favorece a recidiva do processo herniário. Outra consideração é a inserção de tela na herniorrafia. Alguns autores afirmam que o procedimento dever ser evitado quando há apendicite aguda associada, devido ao risco de contaminação e formação de fístula. Porém, alguns autores descreveram uma série de casos com condições similares e concluíram que o risco de infecção é semelhante ao da não colocação da tela, subsidiando a conduta. Portanto, esta é uma afecção rara, de diagnóstico pré-operatório difícil e abordagem ainda controversa, devendo sempre ser considerada como diagnóstico diferencial de tumorações da região inguinal.

Palavras Chave

Hérnia. Apêndice.Abdome. Apendicectomia.

Área

HÉRNIAS E PAREDE ABDOMINAL

Instituições

Faculdade Presidente Antônio Carlos- Porto Nacional - Tocantins - Brasil

Autores

João Freire Almeida Neto, Bruce Rawlinson Lima Otsuka , Maria Thereza Barros , Deborah Sousa Vinhal , Iasmim Louise Silva Coelho , Felipe Vanderley Nogueira