Dados do Trabalho


Título

PÓLIPO GÁSTRICO HIPERPLÁSICO GIGANTE EM PACIENTE JOVEM: RELATO DE CASO

Introdução

Os pólipos gástricos são pequenas lesões gástricas, que são extensões da mucosa gástrica. Não são frequentes, mas apresentam certa importância clínica já que determinados tipos estão relacionados com o desenvolvimento de câncer. Os pólipos hiperplásicos são os mais comuns no estômago.

Relato de Caso

S.Q., feminina, 36 anos, proveniente da China, sem cirurgias prévias, sem comorbidades ou história familiar de câncer. Admitida com queixa de vômitos de repetição e melena há 2 meses. Ao exame físico, encontrava-se em regular estado geral, abdome plano, flácido, sem sinais de irritação peritoneal e sem visceromegalias. Endoscopia digestiva alta identificou pangastrite, pólipo gástrico, com biopsia confirmando infecção por H. pylori e sem de sinais de malignidade. Levantou-se a hipótese de neoplasia estromal gastrointestinal e optou-se por realizar gastrectomia subtotal com reconstrução em Y de Roux. O achado operatório foi de neoplasia gástrica em transição fundo-corpo na grande curvatura, pediculada, com cerca de 10 cm, causando intussuscepção pelo duodeno. O exame anatomopatológico evidenciou quadro histológico compatível com pólipo gástrico hiperplásico gigante, com focos de degeneração adenomatosa de baixo grau e linfonodos com hiperplasia linfoide reativa. A paciente evoluiu bem, sem intercorrências, com aceitação da dieta líquida pastosa e recebeu alta no 8º dia pós-operatório. Retornou ao ambulatório de cirurgia geral, assintomática, com ferida operatória em bom aspecto e sem sinais flogísticos.

Discussão

Os pólipos hiperplásicos correspondem a 70 – 90% dos pólipos gástricos epiteliais. Geralmente são únicos, menores que 1,5cm de diâmetro e acometem qualquer região do estômago, com maior frequência em indivíduos acima de 50 anos. O desenvolvimento de carcinoma no pólipo hiperplásico é raro, e por isso não é considerado como lesão pré-cancerosa, porém, em menos de 1% dos casos, pode haver adenocarcinoma focal. O caso descrito evidencia o caso de uma paciente jovem com diagnóstico de pólipo hiperplásico gigante, fora do pico de incidência etária e de apresentação atípica. A transformação maligna dos pólipos gástricos continua sendo matéria de grande discussão. Na literatura, há um consenso em se afirmar que os portadores de pólipos têm um risco um pouco maior que na população geral, de desenvolver carcinoma em outras regiões gástricas. A conduta a ser adotada frente ao diagnóstico de pólipo gástrico é baseada no potencial de malignização destas lesões. A realização de biópsia permite, através do estudo anatomopatológico, avaliar o tipo histológico, o grau de displasia e as margens de ressecção afim de quantificar o potencial de malignização dos pólipos.

Palavras Chave

Pólipo gástrico. Pólipo hiperplásico. Carcinoma.

Área

ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

HUGO - HOSPITAL DE URGÊNCIAS DE GOIÂNIA - Goiás - Brasil

Autores

Ana Lydia de Araújo Nabuth, Gabriel Amorim de Brito, Diogo Lima Prudente, Raphael Sales Nogueira Amorim Canedo, Debora Amorim de Brito, Mateus Quaresma Mendonça, Elpidio Sousa Santos Netto, Alex Caetano dos Santos