Título

POLITRAUMATISMO: EVOLUÇAO DAS INTERNAÇOES PARA TRATAMENTO CIRURGICO NO ESTADO DE MINAS GERAIS, 2009 A 2019

Objetivo

As causas externas são a terceira causa mais frequente de óbito no Brasil, o que demonstra a relevância do manejo correto do politraumatismo, que nesse contexto representa uma das principais causas de danos físicos irreversíveis e sequelas que acarretam consequências socioeconômicas e familiares. No Brasil e no mundo, os acidentes de trânsito representam a principal causa de morbimortalidade no trauma. A compreensão da situação epidemiológica deste agravo pode contribuir para a melhoria da qualidade de vida e redução da mortalidade. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo descrever a evolução das internações para tratamento cirúrgico por politraumatismo no estado de Minas Gerais, de 2009 a 2019.

Método

Estudo ecológico descritivo, realizado a partir da coleta e análise de dados do Sistema de Internações Hospitalares para o estado de Minas Gerais, disponíveis no site do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Foram analisadas as variáveis: número de internações, média de permanência hospitalar, gastos e letalidade por politraumatismo

Resultados

O número de internações ao ano para tratamento cirúrgico por politraumatismo no estado de Minas Gerais aumentou de 4247 para 9489 entre 2009 e 2019 (123,4%) e totalizou 83121 em todo o período do estudo. Em compensação, o gasto médio e o tempo de internação nos anos estudados reduziram de forma discreta de R$3791,12 para R$ 3677,70 (-0,3%) e de 7,5 para 6,2 dias (-17,3%), respectivamente. Apesar disso, a taxa de letalidade por politraumatismo reduziu 53,7% entre o primeiro e último ano da série (7,3% para 3,38 %), com a menor taxa de letalidade do período encontrada para o ano de 2019 (3,38%). As médias durante os anos analisados de internações anuais, gastos por indivíduo, tempo de internação e letalidade foram de 7495, R$3824,93, 7,1 dias e 5,29%, respectivamente.

Conclusões

O aumento do número de procedimentos cirúrgicos em politraumatizados acompanha a tendência nacional de crescimento dos acidentes de trânsito, principalmente com motocicletas. Apesar do número de internações ter aumentado e a letalidade ter reduzido, o volume de gastos e tempo de internação tiveram poucas mudanças. Os resultados podem indicar melhora da notificação, redução da gravidade e da complexidade dos casos de politraumatismo ou maior preparo do serviço de saúde para atender os casos, com uso mais eficiente dos recursos disponíveis. Os resultados demonstram a necessidade de promover novos estudos sobre o tema, buscando viabilizar propostas para redução dos eventos de risco que levam ao politraumatismo.

Palavras Chave

Traumatismo múltiplo, Tratamento cirúrgico, Internação hospitalar