Dados do Trabalho


Título

RECONSTRUÇAO FRONTAL COM SUTURA ELASTICA: RELATO DE CASO

Introdução

As feridas extensas, principalmente as de origem traumática, continuam sendo um desafio para o cirurgião plástico, utilizando-se de técnicas variadas para reconstruí-las. O dispositivo ideal para o fechamento de feridas deve ser fácil de usar, rápido, indolor, econômico e fornecer o melhor resultado estético.
Em 1993, Raskin descreveu o método de sutura utilizando elásticos estéreis, evitando fechamentos sob tensão ou necessidade de enxertos cutâneos para cobertura de ferimentos abordados por segunda intenção.
Descrevemos um caso de abordagem da ferida com sutura elástica em um paciente apresentando lesão frontal decorrente de trauma.

Relato de caso

Paciente do sexo masculino, 59 anos, com história de ferimento corto-contuso por trauma frontal durante prática de esporte procurou auxilio médico em Unidade de Pronto Atendimento onde foi realizada síntese primária da lesão. Evoluiu com infecção local de ferida e deiscência de linha de sutura, com infecção de partes moles adjacentes à área frontal acometida.
Deu entrada no serviço de urgência, necessitando de internação e sendo submetido a dois desbridamentos cirúrgicos, além de antibioticoterapia sistêmica por quatorze dias. Após este período, foi transferido para hospital de referência para seguimento com equipe de cirurgia plástica.
Foi submetido a posicionamento de retalho frontal com fixação com sutura pela equipe de cirurgia plástica. E, após esse tempo cirúrgico, confeccionada sutura elástica.
Paciente reavaliado diariamente com observação de vitalidade de bordas da ferida para ajuste de tensão de sutura elástica que resultou em aproximação e diminuição expressiva de seguimento não recoberto por pele. Após isto fora alocado curativo a vácuo sobre a lesão e realizada, em último tempo, síntese de ferida pela equipe de cirurgia plástica.

Discussão

O uso dessa técnica tem sido relatado como alternativa para facilitar o fechamento de feridas extensas pela aproximação das bordas, como em grandes ressecções ou feridas traumáticas agudas dos membros, nos quais o fechamento primário torna-se inviável no primeiro momento.
Sua execução consiste na inserção de um elástico nas margens da lesão com o auxilio de pontos. A aproximação das bordas da ferida ocorre através do cruzamento em x e da tensão permanente e contínua feita pelo elástico, obtendo-se um fechamento total em um menor tempo quando comparado a outras técnicas de reparo.
Segundo Fraga et al, percebeu-se que a cicatrização por sutura elástica foi igualmente satisfatória quanto as técnicas de enxerto e retalho, devido a relação do colágeno com a fisiologia da cicatrização na fase proliferativa, viabilizando a brevidade do processo de tensão da ferida.
Esse método também se mostrou benéfico em pacientes idosos, cuja flexibilidade do tecido é deficiente e em pacientes diabéticos, por prevenir a exagerada produção de colágeno e assim facilitar a etapa de maturação cicatricial, já que as etapas de cicatrização estão danificadas pelos altos níveis de glicose no sangue.


Palavras Chave

Sutura elástica. Curativo a vácuo. Cicatrização.

Área

CIRURGIA PLÁSTICA

Instituições

Universidade CEUMA - Maranhão - Brasil

Autores

Ingrid Macêdo Araujo, Clara Albino de Alencar, Thiago Arôso Mendes de Araujo, Matheus Rizzo de Oliveira, Isabella Luiza Barros Alencar, Talita Câmara de Paula