Dados do Trabalho


Título

TUMOR DE KLATSKIN EM PACIENTE JOVEM: UM RELATO DE CASO

Introdução

O Tumor de Klatskin é uma neoplasia maligna rara do epitélio das vias biliares extra-hepáticas, classificada como colangiocarcinoma peri-hilar e que se localiza na confluência dos ductos hepáticos direito e esquerdo, ocasionando obstrução. Apesar de sua raridade, visto que possui incidência aproximada de 1,2 a cada 100.000 habitantes nos países ocidentais, corresponde a cerca de 60-70% dos colangiocarcinomas. Essa condição apresenta-se com manifestações clínicas inespecíficas e, em muitos casos, seu diagnóstico é realizado de forma tardia, de modo a prejudicar o prognóstico dos pacientes.

Relato de Caso

Paciente sexo feminino, 48 anos, admitida no serviço com icterícia, apresentando fadiga e dor sem irradiação para dorso, associado a perda de peso 6kg, mas negando diarréia com sangue. Ademais, já havia sido submetida a drenagem biliar percutânea antes do procedimento cirúrgico e a colecistectomia em 09/2018. Possuía uma angiotomografia computadorizada de abdômen superior com volumetria hepática e uma colangiorressonância – realizadas em 2018- que demonstravam: lesão infiltrada ulcerativa com provável acometimento da artéria hepática direita. O volume total hepático de 1434,5 cm3; traçada linha de hepatectomia 1,0 cm à direita da veia hepática média, lobo direito = 857,3 cm3 e volume hepático esquerdo = 584,5 cm3. Então, no dia 05/06/2020, foi realizada trisegmentectomia hepática direita, com ressecção do lobo I, associado a derivação biliodigestiva em Y de Roux do jejuno com o II e III ductos hepáticos do lobo esquerdo. Paciente evoluiu com melhora da icterícia e do quadro geral, com os exames laboratoriais demonstrando melhora no seguimento pós-operatório.

Discussão

Considerando a inexistência de comorbidades importantes da paciente, bem como a ausência de critérios de irressecabilidade a partir do consenso da American Hepato-Pancreato-Biliary Association, o tratamento cirúrgico é a melhor conduta para essa lesão maligna, na busca por retirar os ductos biliares morbígenos, restaurando a continuidade biliar, ao passo que se preservasse o parênquima hepático adequadamente. A partir dos exames pré-operatórios, a lesão foi classificada como IIIa, segundo a classificação de Bismuth-Corlette, assim, havia comprometimento do ducto intra-hepático secundário direito. Para tanto, a conduta amparada pela literatura sugere uma ressecção em bloco dos ductos biliares extra-hepáticos, seguida por linfadenectomia (cística, pericoledociano, periportal, retroportal, da artéria hepática, hilar e pancreaticoduodenal superior), hepatectomia direita e hepatojejunostomia em Y de Roux. Para a ressecção hepática, foi feita uma trisegmentectomia, incluindo o lobo caudado, para aumentar a margem negativa, respeitando a estatística de que esse lobo é acometido em 40% dos casos.

Palavras Chave

Tumor de Klatskin, Colangiocarcinoma, Cirurgia biliar

Área

VIAS BILIARES

Instituições

Universidade Federal da Paraíba - Paraíba - Brasil

Autores

Renan Furtado de Almeida Mendes, Marcelo Gonçalves Sousa, Diogo Araújo Simões, Hugo Alexandre Sousa Targino, Leonardo Pereira Toni, João Pedro Maia Medeiros, Mariana Galindo Silveira, Ana Vitoria Borges de Amorim