Dados do Trabalho


Título

ALIMENTAÇAO ORAL PRECOCE EM PACIENTES SUBMETIDOS A ESOFAGECTOMIA TOTAL: ANALISE DE TRES CASOS.

Objetivo

A esofagectomia é um tratamento padrão em condições como câncer esofágico e acalasia avançada que
apresenta elevada morbimortalidade e alto custo. No pós operatório, os pacientes são mantidos em jejum por via
oral durante um período variável pelo risco aumentado de pneumonia por aspiração e fístula anastomótica, sendo
a nutrição normalmente garantida por via enteral ou parenteral. A alimentação oral precoce tem se mostrado
como melhor alternativa no pós-operatório, reduzindo dias de internação hospitalar sem aumentar a taxa de
complicações. Este estudo objetivou descrever três casos de esofagectomia total realizadas em dois hospitais
terciários de Belo Horizonte - MG, avaliando a dieta oral precoce iniciada no primeiro dia de pós-operatório
seguindo o protocolo ERAS ®

Método

Trata-se de um estudo longitudinal, descritivo e retrospectivo realizado por meio de uma análise de pacientes acompanhados pelo Serviço de Cirurgia Torácica, operados de esofagectomia total no período de março de 2019 a março de 2020 nos hospitais Alberto Cavalcanti e Luxemburgo na cidade de Belo Horizonte - MG.

Resultados

A programação de início da dieta oral e enteral foi acordada de forma multidisciplinar, com a participação da equipe de nutrição e fonoaudiologia desde o primeiro DPO, data na qual os três pacientes foram avaliados e iniciada dieta oral líquida restrita. A dieta enteral também seguiu o mesmo padrão, com exceção de um paciente para o qual iniciou-se no segundo DPO. A progressão da dieta oral se deu de forma gradativa, de acordo com a tolerância de cada paciente, avaliada através de exame clínico diariamente, sendo que todos receberam alta em seu sétimo dia de pós operatório adaptados à dieta oral livre e enteral em volume adequado ao gasto energético
total e após liberação fonoaudiológica e realização de esofagograma. Nenhum dos três indivíduos avaliados apresentou complicações pós operatórias ao longo dos primeiros sete dias. A taxa de fístula ou deiscência anastomótica foi igual a zero.

Conclusões

A presente análise demonstrou a partir de três pacientes submetidos a esofagectomias em dois serviços de saúde da cidade de Belo Horizonte, Brasil, seguindo o protocolo ERAS ® obtivemos sucesso na reintrodução da dieta via oral associada à nutrição enteral via jejunostomia previamente confeccionada desde o primeiro DPO. Apesar de contar com um número reduzido de indivíduos analisados, tratou-se de três pacientes com perfis diferentes, mostrando que a introdução de dieta oral precoce em pós operatório de esofagectomia é factível e pode ser usada como adjuvante na reabilitação nutricional juntamente com a dieta enteral por jejunostomia, proporcionando um bem estar ao paciente. Ainda carece de estudos randomizados mais robustos para que possa demonstrar sua eficiência e consequentemente aumentar o nível de evidência científica.

Palavras Chave

Esofagectomia. Dieta. Cirurgia Torácica. Oncologia Cirúrgica

Área

ESÔFAGO

Instituições

HOSPITAL ALBERTO CAVALCANTI - Minas Gerais - Brasil

Autores

ERLON DE AVILA CARVALHO, RAISSA DALAT COELHO FURTADO, VALDETE DE LOURDES CASSARO, ANDRÉ ROSSETTI PORTELA, LUIZ ANDRÉ FERREIRA MOTA, RAFAEL BRUNO DA SILVEIRA ALVES