Dados do Trabalho


Título

SINDROME DE HAMMAN POR COVID-19. RELATO DE CASO

Introdução

Pneumomediastino espontâneo, também conhecido como Síndrome de Hamman, é uma rara condição, com prevalência estimada entre 0,001% e 0,01% 2, definida pela presença de ar livre no mediastino, na ausência de história recente de trauma, operações ou outros procedimentos invasivos . Originalmente descrita por Louis Hamman em 1939, é conhecida por seu caráter benigno, sendo mais comum em adultos jovens expostos a aumentos bruscos da pressão da cavidade torácica, o que resulta em aumento da pressão intra-alveolar, seguido de sua ruptura e extravasamento de ar . Vômitos, tosse, crises asmáticas, exercícios físicos, infecções das vias aéreas superiores e uso de drogas inalatórias, dentre outros, são alguns dos fatores predisponentes relacionados .As principais causas de pneumomediastino espontâneo incluem aquelas relacionadas à manobra de Valsalva e asma. Os achados tomográficos do COVID-19 tem sido amplamente estudados e relatados na literatura médica. A partir de revisão bibliográfica pertinente, o pneumomediastino raramente tem sido associado à doença.

Relato de Caso

WAR, 43 anos, deu entrada no pronto socorro da Santa Casa de Araçatuba transferido via Cross (REGULAÇÃO) com quadro de dessaturação por síndrome respiratória aguda grave pela evolução clínica da covid-19; seu quadro clinico era marcado por tosse intensa que se manifestava há mais de 4 dias e presença de dor torácica importante interessando a região retroesternal e sem irradiações.
Mantinha-se com saturação de 92 % com cateter de oxigênio a 10 litros, sendo portanto mantido sem necessidade de intubação e suporte ventilatório por pressão positiva; apesar disso, mantinha quadro doloroso importante apesar das opções escalonadas de analgesia, primeiro com não opiáceos e anti-inflamatórios não hormonais, após por meio de opióides fracos também sem sucesso e por fim com opióides potentes que melhoraram o quadro.
A tomografia computadorizada evidenciou opacificações pulmonares em vidro fosco com predomínio periférico e acometimento pulmonar moderado entre 25 e 50 % dos campos pulmonares bilateralmente.
Presença de pneumomediastino anterior com moderada quantidade de gás presente. Não havia sinais de pneumotórax.
Paciente apresentou estabilização da dor e sua evolução da COVID-19 foi satisfatória recebendo alta hospitalar após 5 dias de internação. Encaminhado à seguimento ambulatorial.

Discussão

A maioria dos estudos é limitada e sugere tratamento conservador, com repouso e analgesia, se necessário, apontando para a benignidade dessa condição. No entanto, não existem consensos sobre o manejo desses pacientes. Além disso, a falta de familiaridade com essa entidade pode levar a estudos diagnósticos desnecessários e a tratamentos indevidos.Em alguns casos, o atraso no diagnóstico e a não detecção de uma causa primária para o pneumomediastino podem levar, por exemplo, a ruptura esofágica, mediastinite ou pneumotórax hipertensivo.1,4,5

Palavras Chave

covid-19, sindrome de hamman

Área

TÓRAX

Instituições

unifai - São Paulo - Brasil

Autores

carlos giazzi nassri, adriana giazzi nassri, giulia giazzi nassri, rodrigo otoboni molina, maria clara rocha moreira, leticia firmino sato, amanda d´onofre garcia, teodora lot avezum