Dados do Trabalho


Título

APENDICITE AGUDA NO PUERPERIO: APRESENTAÇAO DE 3 CASOS CLINICOS

Objetivo

A apendicite aguda é a afecção abdominal cirúrgica não-obstétrica mais prevalente durante o ciclo gravídico-puerperal, acometendo 1 a cada 2000 gestações. Estudos populacionais recentes verificaram alta incidência de quadros agudos de apendicite complicada em pacientes no período puerperal. Todavia, apesar de sua grande relevância populacional, há ainda muito o que ser elucidado quanto aos seus aspectos clínicos, fisiopatológicos e epidemiológicos.

Método

O presente trabalho apresenta três casos clínicos de pacientes que apresentaram apendicite aguda em pós-parto.

Resultados

KAB, 18 anos, no 8º dia de pós-operatório de parto normal foi admitida com dor pélvica hipogástrica, ausência de eliminação de flatos e fezes, febre de 38°C. Ao exame físico, constatou-se abdome globoso, doloroso à palpação em abdome inferior, sem dor à descompressão brusca. Submetida à laparotomia exploradora, na qual identificou-se apêndice aderido em ovário, aumentados de tamanho e hiperemiados. Realizada a apendicectomia e limpeza da cavidade abdominal. Paciente evoluiu com persistência do quadro febril, sendo necessária duas reabordagens cirúrgicas para controle da infecção local.
AFD, 34 anos, sexo feminino, no 24° dia de pós-operatório de parto cesáreo, foi admitida com quadro de dor abdominal progressiva em flanco direito há 9 dias da internação, associada a episódios de vômito, à disúria e à febre aferida em 38,5°C. À inspeção do abdome, visto ruídos hidroaéreos diminuídos e doloroso à palpação em abdome inferior. Massa palpável em hipogastro e punho percussão positiva à direita. No intraoperatório, observaram-se sinais de amputação espontânea do apêndice. Realizada sutura invaginante na região da base do apêndice, seguido por limpeza e drenagem da cavidade abdominal. A paciente necessitou ser reoperada para nova drenagem e limpeza cavitária. Recebeu alta no 15º dia de pós-operatório.
EMO, feminino, 29 anos, no 20º dia de pós-operatório de parto cesáreo, foi admitida com quadro de dor abdominal em pontada há 6 dias, associado a múltiplos episódios de náuseas e vômitos. Ao exame físico, abdome enrijecido, com cicatriz transversa suprapúbica sem sinais flogísticos. Ruídos hidroaéreos diminuídos, abdome doloroso à percussão e defesa à palpação superficial. Na laparotomia exploradora, visualizou-se de apêndice cecal com perfuração lateral com saída de conteúdo fecal à manipulação. Prosseguiu-se com apendicectomia, seguida da lavagem de todos os quadrantes da cavidade abdominal. Apresentou boa evolução clínica e recebeu com alta hospitalar no 11º dia de pós-operatório.

Conclusões

Em suma, conclui-se que é prudente que dores abdominais no puerpério sejam investigadas detalhadamente, ainda que a dor seja frequente nesta fase e que a ocorrência de doença cirúrgica seja relativamente rara. Ademais, os mecanismos subjacentes relacionados ao aumento relativo na incidência de apendicites complicadas em pacientes no período puerperal ainda carecem de ser elucidado em novos estudos

Palavras Chave

apendicite aguda, puerpério, dor abdominal

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

Escola Paulista de Cirurgia - Unifesp - São Paulo - Brasil

Autores

Gustavo dos Reis Martins, Luiz F Lessa Ortiz, Luiz F. G. Sanson, Diego Adão Fanti Silva, Milton Scalabrini, David C. Shigueoka, Ramiro Colleoni