TÍTULO

TERAPIA POR PRESSAO NEGATIVA NO TRATAMENTO DA SINDROME DE FOURNIER

INTRODUÇÃO

A Síndrome de Fournier, ou também conhecida como Gangrena de Fournier, é um tipo de infecção polimicrobiana ocasionada por microrganismos aeróbicos e anaeróbicos. Estes atuam em conjunto e determinam uma fasciíte necrosante rápida e progressiva que acomete principalmente a região do períneo e a região genital. Afeta predominantemente o sexo masculino, com a proporção de aproximadamente 10 casos no sexo masculino por 1 no sexo feminino. A mortalidade persiste com índices variáveis, porém elevados, de mortalidade, oscilando de 40% a 67%. A terapia por pressão negativa, introduzida comercialmente após os estudos de Argenta e Morykwas em 1997, apresenta-se como um importante método adjuvante no tratamento das feridas, com a proposta principal de acelerar o processo de reparação e preparo do leito da ferida até sua cobertura definitiva por meio dos diversos métodos de reconstrução tecidual.

RELATO DE CASO

Paciente 30 anos, admitido na emergência com história de abscesso perianal, leucocitose não tratado. Realizado drenagem de abscesso em centro cirúrgico, sob raqui anestesia. Abscesso profundo ultrapassando linha média, sendo necessário a realização de exérese do músculo do esfíncter anal e posterior sutura do mesmo com fio SEDA 2-0, realizada retirada de toda parte necrótica com bisturi frio e secreção purulenta da lesão com lavagem exaustiva da mesma com SF 0,9%, no primeiro momento realizado curativo com Carvão ativado. No decimo primeiro dia pós desbridamento, realizado curativo a vácuo em centro cirúrgico sob raquianestesia, utilizada pomada de colostomia em região anal, a fim de não haver contato das fezes com o curativo, vácuo instalado com sucesso. Paciente apresentou boa evolução pós desbridamento e curativo a vácuo, pós-operatorio imediato na enfermaria de cirurgia geral. Paciente mantém bom estado geral, com boa aceitação da dieta via oral, diurese e dejeções presentes, sem alterações, sem outras queixas, ferida operatória em bom aspecto sem sinais flogísticos e/ou necrose, na enfermaria de cirurgia geral. Segue internado na enfermaria de cirurgia geral para cuidados e troca do curativo a vácuo, sem queixas e mostrando-se bastante satisfeito com sua recuperação e resultado do tratamento.

DISCUSSÃO

Devido a gravidade e alta taxa de mortalidade, a Síndrome de Fournier necessita de rápida intervenção, drenagem precoce ampla, antibioticoterapia de largo espectro e cuidados gerais conservadores da ferida operatória. A terapia por pressão negativa tem sua eficácia comprovada na literatura como forma de tratamento da Síndrome de Fournier por remover exsudato, promover a cobertura da ferida por tecido de granulação estimulando a angiogênese e reduzindo a contaminação bacteriana.