ACOMPANHAMENTO DOS EVENTOS ADVERSOS E ERROS DE IMUNIZAÇAO DA VACINA FEBRE AMARELA NO ESTADO DA BAHIA NO ANO DE 2017
A ocorrência de surtos de febre amarela com elevado número de casos e óbitos em Estados limítrofes e o registro de epizootias em primatas não humanos no Estado da Bahia no ano de 2017, gerou uma proposta de intensificação de ações de vacinação específica no território baiano. Nesse cenário de utilização da vacina em alta escala, a vigilância epidemiológica das ocorrências médicas associadas ao uso do produto, os chamados eventos adversos, deve ser bastante sensível para adotar medidas que assegurem a relação risco/beneficio dos vacinados. Esse trabalho relata os resultados dessa vigilância e a comparação com estudos referenciais.
Trata-se de estudo quantitativo descritivo longitudinal retrospectivo, realizado a partir de dados resultantes das notificações / investigações registradas no Sistema de Informação de Eventos Adversos Pós Vacinais – SIPNI/MS no Estado da Bahia em 2017. Foram analisados 171 eventos relacionados ao uso da vacina febre amarela (VFA). Os dados foram transcritos para tabelas, onde foram tratados e analisados estatisticamente, resultando posteriormente em gráficos e tabelas.
Das 171 notificações, 167 foram investigados, classificados: 6% (10) graves, 56,3% (94) não graves e 37,6% (63) erros de imunização. Em relação aos graves, destacamos a ocorrência de 8 eventos neurológicos, sendo 6 descartadas a associação com a vacina e 2 (0,13 / 100.000 doses), definidos como casos suspeitos de doença neurológica associada a VFA, ocorreram em indivíduos maiores de 60 anos. Verificou-se entre os não graves, 46 (3,09 / 100.000) com manifestações sistêmicas esperadas como febre, cefaleia e mialgia. Vale ressaltar que a maioria dos erros de imunização 86% (54) foram relacionados a vacinação inadvertida de gestantes
As VFA produzidas por Bio Manguinhos/ FIOCRUZ são compostas por vírus vivos atenuados cultivados em embrião de galinha, avaliadas como bastante imunogênicas. Apesar de seguras, podem ocorrer eventos adversos graves e até fatais. Araújo (2017), destaca o risco ampliado da ocorrência de eventos neurológicos e de visceralização, em maiores de 60 anos. Observamos na nossa casuística que os eventos neurológicos, associados à vacina ocorreram nesta faixa etária. Os achados estão coerentes com outros estudos reforçando a segurança da vacina, destacando a contraindicação relativa do seu uso nos idosos.
imunobiológicos, eventos adversos pós vacinais, erros de imunização
Imunizações
Secretaria Estadual da Saúde Bahia - Bahia - Brasil
maria marta guerra pinillos, marilda moutinho fahel